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Mulheres enfrentam assédio em transporte público do Rio e SP

Dois casos recentes repercutiram; advogada indica como proceder em caso de importunação sexual no transporte público

atualizado

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Rafaela Felicciano / Metrópoles
transporte público assédio
1 de 1 transporte público assédio - Foto: Rafaela Felicciano / Metrópoles

Rio de Janeiro – Nas últimas duas semanas, dois casos de assédio em transportes públicos repercutiram no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em ambos, homens tiraram fotos de mulheres sem autorização.

No dia 31 de março, a estudante Caroline Vitória, de 19 anos, acusou um homem que estava no vagão do MetrôRio de fazer fotos suas e de sua amiga dentro do transporte público.

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Ao Metrópoles, Caroline disse que a situação só foi levada a sério pelos passageiros quando um outro rapaz entendeu o que tinha acontecido e começou a questionar o homem. “Eu me senti um pedaço de carne, que estava ali para ser exposto, para ele tirar fotos e fazer o que bem entendesse com elas. A gente não sabe para que ele fez isso”, conta a jovem.

Nessa segunda-feira (11/4), Larissa Gregório, de 24, passou por uma situação similar com sua amiga Julia. No entanto, ninguém que estava presente no trem da Linha-11 Coral da CPTM, em São Paulo, fez algo para ajudar.

“Eu entendi ali o que é uma mulher ficar sem reação. Não consegui fazer nada na hora. Hoje, sinto medo e insegurança em andar na rua, fico olhando para os lados para ver se alguém está me fotografando. Não sei o que aquele homem fez com as fotos”, afirma ao Metrópoles.

Como agir em caso de assédio no transporte público?

Ao Metrópoles, a advogada Rachel Serodio explicou como as vítimas devem agir em caso de importunação ou assédio no transporte público.

“As mulheres devem pedir ajuda a quem estiver por perto e acionar a polícia ou qualquer autoridade competente”, afirmou.

Ela também ressaltou a importância dos crimes serem registrados de maneira detalhada. Data, hora, local e características dos suspeitos são imprescindíveis para que os agressores sejam responsabilizados.

Rachel reforçou a importância de testemunhas em casos como de Caroline. “Quem presenciar o assédio ou importunação sexual pode fazer uma denúncia, se apresentar como testemunha e auxiliar as vítimas dos atos. Além de encorajar, a presença de uma outra pessoa pode dar mais segurança às vítimas”, completou.

O que dizem as concessionárias

A CPTM informou ao Metrópoles que acionou a gerência de segurança assim que recebeu as imagens por meio das redes sociais para tentar identificar o autor, pois não houve uma denúncia imediata.

“A concessionária incentiva que as vítimas e testemunhas de abuso sexual procurem imediatamente um colaborador da companhia para que as devidas providências sejam tomadas. A CPTM sempre colabora com a autoridade policial na denúncia e investigação de casos de abuso sexual nos seus trens e estações e reforça que é, cada vez mais, um ambiente hostil para esses criminosos”, disse a companhia em nota.

O MetrôRio também se pronunciou sobre o episódio do dia 30/3 e afirmou que atua para evitar que aconteçam abusos em espaços administrados pela concessionária.

“O MetrôRio repudia a violência em todas as suas formas e mantém campanhas informativas contra abusos nas dependências do sistema, além de vigilância permanente. A empresa orienta as vítimas e testemunhas desse tipo de crime a sempre acionar a equipe da concessionária para auxílio. Nessas situações, a vítima pode utilizar o botão de segurança dentro dos trens, para agilizar o atendimento. O MetrôRio também encoraja e apoia as vítimas a registrar a ocorrência na polícia e está à disposição das autoridades para ajudar a elucidar os casos, inclusive fornecendo imagens”, afirmou.

A concessionária também informou que a Polícia Militar é acionada quando há flagrante e que funcionários do Metrô acompanham vítimas que vão até as delegacias registrar as ocorrências.

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