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MPGO ouve investigados por fraude em jogos da Série B

Já houve um depoimento por vídeoconferência. Promotor analisa documentos apreendidos na operação que descobriu fraude na Série B

atualizado

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Divulgação/MPGO
homens vestidos de preto em uma sala de estar com homem sem camisa sentado na mesa
1 de 1 homens vestidos de preto em uma sala de estar com homem sem camisa sentado na mesa - Foto: Divulgação/MPGO

Goiânia – Um dos investigados da Operação Penalidade Máxima, que apura esquema de fraude em resultados de jogos da Série B do Campeonato Brasileiro, prestou depoimento nessa quinta-feira (16/2), segundo informou o Ministério Público de Goiás (MPGO). De acordo com o órgão responsável pela operação, nesta sexta (17/2) deve haver nova oitiva.

Conforme a investigação, o material apreendido no cumprimento de mandados judiciais traz indícios de que as fraudes em jogos de futebol seguem ativas nas partidas dos campeonatos estaduais em 2023.

De acordo com a ação, apenas em um dos jogos manipulados, o lucro estimado pela organização era de R$ 2 milhões. Ainda de acordo com a ação, um atual e um ex-jogador do clube goiano Vila Nova estão entre os suspeitos.

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De acordo com o promotor de Justiça que coordena a ação, Fernando Cesconetto, o caso foi denunciado pelo próprio time goiano.

“A investigação se iniciou em novembro de 2022 e só teve início porque os dirigentes do Vila Nova vieram até o MPGO noticiando o esquema de alteração de resultados em jogos da série B. Partiu da vítima a denúncia, que já noticiava as partidas que estavam sob suspeita”, explicou.

A operação deflagrada na terça-feira (14/2) cumpriu um mandado de prisão no estado de São Paulo e outros nove de busca e apreensão em Goiânia (GO), São João del-Rei (MG), Cuiabá (MT), São Paulo (SP), São Bernardo do Campo (SP) e Porciúncula (RJ).

Segundo o órgão, o homem preso utilizava-se de uma empresa para efetuar o pagamento aos jogadores e também usava diversos CPFs para a mesma aposta.

Prisão

O homem preso temporariamente na operação é o empresário Bruno Lopez de Moura. Ele foi preso em São Paulo e, segundo o MPGO, ele era a pessoa responsável por fazer as apostas esportivas e intermediar o contato com os jogadores.

“Ele atua nessa frente, ele é o responsável por realizar, de fato, a aposta, por também promover contato direto com os jogadores, por também fazer a cobrança, o que deu errado”, contou Cesconetto.

Bruno foi preso na terça-feira (14/2). De acordo com o MPGO, a prisão temporária tem duração de até cinco dias e, nesse caso, foi necessária para evitar que a investigação fosse prejudicada. A operação ainda cumpriu nove mandados de busca e apreensão em Goiás e outros estados.

Partidas investigadas

O promotor de Justiça responsável pela ação, Fernando Cesconetto, detalhou que denúncia do esquema foi feita pelo Vila Nova Futebol Clube, de Goiânia, com indicações de manipulação em três partidas da Série B do Campeonato Brasileiro do ano passado para atender a interesses de apostadores.

De acordo com explicação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), as três partidas envolvidas foram os jogos Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Correa x Londrina.

Apesar da tentativa de manipulação e do pagamento antecipado ao jogador, na partida do Vila Nova o pênalti não foi cometido. Nas outras duas, o evento ocorreu.

“Para a aposta dar certo, era preciso que os pênaltis acontecessem, mas no jogo do Vila Nova não aconteceu, o que gerou um prejuízo para os apostadores. Os atletas receberiam R$ 150 mil para cada, seriam pagos de R$ 10 mil de sinal e R$ 140 mil após o êxito do evento. Como no caso do Vila Nova não houve sucesso, o grupo começou a cobrar ostensivamente o jogador. […] Houve a tentativa de cooptação, um atleta ficou responsável de que outro praticasse esse pênalti, mas houve uma reação no vestiário e não houve o cometimento da penalidade”, afirmou Cesconetto.

Esquema

Uma organização criminosa que atuava para manipular resultados de jogos de futebol na Série B do Campeonato Brasileiro foi alvo de operação do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO). A organização convencia atletas a fraudar partidas. Eles faziam isso, por exemplo, cometendo um pênalti no primeiro tempo dos jogos, entre outras ações.

Com essa manipulação, os participantes do esquema conseguiam dinheiro em sites de apostas e os atletas ganhavam parte dos lucros. Estima-se que cada um tenha recebido aproximadamente R$ 150 mil por aposta. O jogado do Vila investigado teria recebido um “sinal” de R$ 10 mil e receberia mais R$ 140 mil, após a fraude no jogo.

Nomeada de Operação Penalidade Máxima, a ação é encabeçada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O objetivo do trabalho desta terça foi conseguir provas contra o esquema.

Apoiaram a operação as polícias Militar, Civil e Penal de Goiás, os Gaecos de Minas Gerais e Mato Grosso, do Cyber Gaeco do Estado de São Paulo e do Centro de Inteligência do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.

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