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A pedido do governador, Moro prorroga presença da Força Nacional no CE

Além da renovação, a pasta informou ainda que será feito um plano de desmobilização gradual para impedir retorno da violência

atualizado

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DIDA SAMPAIO/ESTADAO
CCJ/SERGIO MORO
1 de 1 CCJ/SERGIO MORO - Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADAO

Três dias após o governo federal anunciar o início da saída dos homens da Força Nacional de Segurança Pública em atuação no Ceará, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, anunciou a permanência da tropa por mais 30 dias. Além da renovação, a pasta informou ainda que será feito um plano de desmobilização gradual.

Mais de 400 homens da Força Nacional estão no Ceará há um mês em apoio às forças de segurança do Estado no combate à onda de violência das facções criminosas do Estado. A tropa trabalha principalmente no patrulhamento de vias, terminais de ônibus e em ações de inteligência em integração com as polícias locais.

Não foi divulgado o cronograma da retirada gradativa dos homens. O Ministério informou somente que vai seguir avaliação da Secretaria Nacional de Segurança Pública. “Caso haja retomada na gravidade e número de incidentes, a FNSP estará pronta para retomar atividades com intensidade necessária no estado”, informou em nota a pasta.

“Em ofício enviado ao governador Camilo Santana, o ministro Sergio Moro ressalta que a atuação da Força Nacional em conjunto com as forças de segurança estaduais promoveu uma redução das ações causadas pelos grupos criminosos, restaurando a lei, a ordem e protegendo a população cearense”, disse o Ministério.

Nesta quinta-feira, 8, o governador Camilo Santana (PT) disse que Moro reavaliaria a retirada dos homens. O petista afirmou ainda que foi “surpreendido com a notícia pela imprensa” da saída das forças nacionais de segurança em atuação no Estado.

A renovação foi solicitada pelo governo do Ceará em 27 de janeiro. No dia 5, o secretário nacional de Segurança Pública, general Guilherme Theophilo, informou que a tropa seria retirada do Estado diante de uma avaliação feita em conjunto com o governo estadual de que a onda de ataques promovidos por facções criminosas havia sido debelada.

Theophilo anunciou que uma parte das tropas da Força Nacional seria deslocada ao Pará – a pedido do governo local – com o objetivo de atuar na segurança pública.

“Entrei em contato com o próprio ministro. Ele me garantiu que ia reavaliar, que na verdade não ia ser uma saída imediata, ia ser uma saída progressiva. Uma parte sairia esta semana e a outra parte só daqui a 30 dias”, afirmou Santana nesta quinta-feira, durante evento em Fortaleza. “Mas solicitei que reavaliasse, que permanecesse toda a tropa durante os próximos 30 dias aqui no Ceará”.

Segundo ele, a presença de 408 homens da Força Nacional no Estado tem poder simbólico. “É mais por precaução.”

Pelos dados da Força Nacional, houve 442 ataques no Ceará entre 2 e 31 de janeiro e mais de 446 pessoas foram presas. Entre os dias 1º de fevereiro e 4 de fevereiro, houve apenas um ataque.

Pará
Em outra frente, a pedido do governador do Pará, Helder Barbalho (PSDB), a Força Nacional de Segurança Pública enviará tropas para a capital, Belém. O número inicial é de 200 homens. A justificativa informada pelo governo estadual é o alto índice de criminalidade na cidade.

O chefe da Força Nacional, coronel da Polícia Militar Aginaldo de Oliveira, disse que está sendo feito um estudo sobre como vai ser feita atuação em conjunto com o Estado, mas que até o dia 15 de março já haverá homens em Belém. A atuação deverá ser dividida em seis regiões diferentes da capital paraense.

Segundo Guilherme Theophilo, não há no momento pedido de envio de tropas a nenhum outro Estado.

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