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Miranda nega inquérito por denunciação caluniosa e entrega celular à PF

“Estou aqui como testemunha, e o delegado colocou isso no papel”, enfatizou o congressista após depoimento à Polícia Federal

atualizado

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Gustavo Moreno/Especial Metrópoles
Deputado Luis Miranda, do DEM do Distrito Federal, durante coletiva após depor na sede da Polícia Federal, em Brasília 2
1 de 1 Deputado Luis Miranda, do DEM do Distrito Federal, durante coletiva após depor na sede da Polícia Federal, em Brasília 2 - Foto: Gustavo Moreno/Especial Metrópoles

O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) prestou depoimento, nesta terça-feira (27/7), à Polícia Federal sobre o inquérito que apura possível prevaricação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no processo de aquisição da vacina indiana Covaxin.

A oitiva com o parlamentar durou quatro horas. Na saída, Miranda afirmou a jornalistas que deixou, espontaneamente, o celular pessoal para ser periciado.

Segundo Miranda, a conversa respalda as afirmações que fez à CPI da Covid-19 sobre seu irmão Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, ter sofrido “pressões atípicas” para dar celeridade às tratativas.

“Com as conversas será possível mostrar a forma que começou [a conversa entre mim e meu irmão], fica evidente que começou de uma forma orgânica, conversando numa naturalidade. Chega um momento que peço que ligue para o delegado, digo que vou acionar o presidente da República. Vai mostrar que foi uma conversa natural, orgânica. A PF vai saber a verdade dos fatos.”

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O deputado também rechaçou ter sido convocado a depor na condição de testemunha.

Recentemente, a PF, provocada pelo Ministério da Justiça, acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para ver a possibilidade de incluir Miranda como investigado por denunciação caluniosa no mesmo inquérito que investiga Bolsonaro.

Após o depoimento, o congressista negou a existência de uma investigação contra ele. “Não só não tem nenhum inquérito me colocando como investigado como não tem inquérito dizendo que sou acusador, então não há como ter denunciação caluniosa”, explicou. “A investigação que está em curso é de prevaricação. Confio que a Polícia Federal será a fronteira a separar o bem do mal”, continuou.

O deputado afirmou que o depoimento serviu para traçar um histórico dos episódios que cercam a denúncia de irregularidades no Ministério da Saúde. “Entregamos tudo para os investigadores. Fiz uma recriação do momento com informações importantes, com toda uma timeline, com um histórico.”

Segundo o parlamentar, um investigador da própria PF seria testemunha da suposta pressão para fechar o contrato. “Temos uma testemunha que é um delegado da Polícia Federal”, disse, relatando ter orientado o irmão a acionar o investigador diante da insistência de superiores para dar celeridade aos trâmites.

Miranda voltou a dizer que não gravou a conversa que teve com o presidente e o irmão para denunciar o caso. Ele, porém, não nega a existência de uma gravação. “Jamais gravaria o presidente. Acho isso bem imoral. Mas jamais vou poder afirmar que não existe uma gravação. Não tenho nenhum arquivo nesse sentido”, reforçou.

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