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Ministra justifica fala de Lula sobre escravidão: “Tem humildade de aprender”

A ministra da Cultura disse que “erros existem” e afirmou que Lula pede que pessoas “orientem melhor as falas”

atualizado

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Foto: Hugo Barreto/Metrópoles
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A ministra da Cultura, Margareth Menezes, saiu em defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação a uma fala da semana passada, em que o petista agradeceu “por tudo que foi produzido durante 350 anos de escravidão”. A declaração não foi bem recebida por movimentos e organismos negros independentes do país.

“O presidente Lula é uma pessoa que eu admiro muito. Ele tem a humildade de aprender. Ele fez uma colocação que não foi dizendo a escravidão foi boa, ele agradeceu o que foi construído pelas pessoas escravizadas. O que ele falou foi isso. Foi mal colocado. O que ele vem fazendo? Ele pede que as pessoas que estão dentro oriente melhor as falas”, justificou Menezes.

A argumentação da ministra foi feita durante café da manhã com jornalistas negras, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Menezes ainda defendeu que a fala, na ocasião, não foi “racista” e que todos “cometem erros”.

“Não é possível a pessoa achar que o presidente Lula é uma pessoa racista. Vamos colocar cada coisa em seu lugar. Erros existem, eu posso cometer um erro. A partir do momento em que descontextualizam uma palavra para começar a achar que o presidente [é racista] a gente tá comprando a narrativa de quem não quer ver o país andando. O presidente Lula dá esse exemplo para todos nós”, disse a ministra.

“Errar é naturalmente humano, o mais importante é se colocar no lugar de se corrigir. Ele fez isso, é bom a gente ter um presidente que tem essa sensibilidade de poder se corrigir, aprender, ter mais letramento. Para, quando se colocar, se colocar melhor”, acrescentou.

Fala em Cabo Verde

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) agradeceu, durante discurso em Cabo Verde, país localizado na costa noroeste da África, pelo que “foi produzido” durante a escravidão no Brasil. A visita ao país não estava prevista na agenda do mandatário, mas, como a aeronave presidencial precisava ser abastecida, Lula aproveitou para encontrar o presidente José Maria Neves após ter participado da cúpula de Bruxelas, na Bélgica.

“Nós temos uma profunda gratidão ao continente africano por tudo o que foi produzido durante 350 anos de escravidão no nosso país. Nós achamos que a forma de pagamento que um país como o Brasil pode fazer é [inaudível] em tecnologia, a possibilidade de formação de gente para que tenha especialização nas áreas que o continente africano precisa, ajudar na possibilidade de industrialização e agricultura”, disse Lula na ocasião.

Não foi a primeira vez que o mandatário fez falas relacionadas ao continente e ao povo africano que ressoaram mal diante da população. Em março, por exemplo, Lula recebeu críticas por falar durante a 52ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas de Roraima, que “toda a desgraça” causada pela colonização e escravização “causou uma coisa boa: a miscigenação”.

“Toda a desgraça que isso causou ao país, causou uma coisa boa, que foi a mistura, a miscigenação, da mistura entre indígenas, negros e europeus, que permitiu que nascesse essa gente bonita aqui, que gosta de música, que gosta de dança, que gosta de festa, que gosta de respeito, mas que gosta de trabalhar para sustentar a sua família e não viver de favor de quem quer que seja”, afirmou.

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