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“Milícias têm de ser enfrentadas”, diz Mourão sobre desabamento no Rio

Os prédios que vieram abaixo na comunidade da Muzema, na zona oeste da cidade, estavam em área controlada pelo grupo paramilitar

atualizado

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Valter Campanato/Agência Brasil
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, fala à imprensa.
1 de 1 O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, fala à imprensa. - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O vice-presidente, general Hamilton Mourão, isentou o governo federal de qualquer responsabilidade sobre a queda de dois prédios na comunidade da Muzema, zona oeste do Rio de Janeiro, e afirmou que as milícias, que dominavam a região, devem ser enfrentadas.

Em entrevista à Radio CBN na manhã desta sexta-feira (12/4) Mourão disse que o Estado do Rio tem que ter maior controle sobre determinadas áreas. “A gente sabe que aquelas áreas são dominadas por facções. Então, o que sobra para o governo federal é mais um auxílio ao Estado em relação a alguma necessidade que ele precise nessa busca pelos corpos das pessoas que estavam nos dois prédios e também um prazo maior à cooperação com a questão da Segurança Pública”, disse.

Para Mourão, há necessidade de se buscar uma forma de atuação coordenada entre as três esferas de governo para combater as facções criminosas. “(As facções e milícias) Têm que ser enfrentadas, não pode fugir disso aí. Tem que buscar uma forma de atuação coordenada entre os três entes da federação para que o Estado desempenhe o seu papel. É inadmissível que existam locais que as forças legais, ou os próprios trabalhadores de companhias de luz, de gás, da água, não possam entrar”, declarou

A comunidade da Muzema é uma área sob o domínio de milícias – grupos paramilitares formados por PMs, militares, agentes penitenciários, civis, que exploram ilegalmente vários negócios. Um dos mais conhecidos seria o da construção irregular. A Prefeitura confirmou que os prédios que desabaram são irregulares e estavam interditados desde novembro de 2018.

Nesta semana, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, disse que as milícias do Rio de Janeiro surgiram com uma “boa intenção de ajudar as comunidades”, mas que se desvirtuaram.

Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores na Câmara dos Deputados, o ministro afirmou que, durante a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, os militares mapearam a atuação das milícias. “Foi mapeado e entregue às forças de segurança do Rio de Janeiro”, disse.

Bolsonaro
Até as 13h desta sexta, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), não havia se pronunciado sobre a tragédia no Rio.

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