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Embaixador alemão “não mudou percepção” da Amazônia após viagem com Mourão

Heiko Thoms avaliou como positiva a iniciativa para ampliar diálogo, mas criticou ausência de plano para reduzir desmatamento e queimadas

atualizado

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Marcos Corrêa/PR
1 de 1 - Foto: Marcos Corrêa/PR

O embaixador da Alemanha no Brasil, Heiko Thoms, afirmou que a viagem promovida pelo vice-presidente Hamilton Mourão, chefe do Conselho Nacional da Amazônia, não mudou a percepção do país em relação à Amazônia. Thoms avaliou como positiva a iniciativa de ampliação do diálogo, mas criticou a ausência de um plano do governo para reduzir o desmatamento e as queimadas.

“A viagem não muda nossa percepção. Estamos acompanhando a situação há bastante tempo. Para mim, a viagem foi um passo inicial para aprofundar o diálogo. E considero positivo que não há indicativos de que eles não estejam cientes da situação. O governo está informado sobre o desmatamento e os incêndios, sobre onde estão e quão grande é o problema”, declarou Thoms em entrevista à DW Brasil.

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“O governo [brasileiro] está informado sobre o desmatamento e os incêndios, sobre onde estão e quão grande é o problema. Há instrumentos para combater, e há órgãos governamentais muito bons. Mas esses instrumentos precisam ser utilizados, e de uma maneira coerente. Para isso, você precisa de um plano de ação de longo prazo, com medidas concretas, cronogramas e metas numéricas. Isso não existe no momento”, afirmou.

Fundo Amazônia e Acordo Mercosul-UE

O embaixador acrescentou que não há previsão para a retomada das transferências ao Fundo Amazônia – que também financiado pela Noruega e tem atualmente cerca de R$ 3 bilhões bloqueados. “Há uma crise de confiança e, para resolvê-la, precisamos ver o plano de ação, e ver ele sendo implementado, com os números [de desmatamento e incêndios] diminuindo”, afirmou.

Thoms também não deu detalhes sobre o acordo Mercosul-União Europeia, mas destacou: “Há pontos importantes sobre sustentabilidade e desmatamento em questão e precisamos de ações concretas”.

“Creio que foi uma tentativa do vice-presidente para nos mostrar outros aspectos. Há uma percepção de que, na Europa, achamos que a Amazônia inteira está queimando. Mas é claro que essa não é nossa percepção, sabemos onde isso está acontecendo, especialmente nas áreas de transição, e que há regiões onde os ecossistemas estão bem. Sabemos que há incêndios e que o desmatamento está aumentando. Estamos muito preocupados que os números a serem divulgados nos próximos dias mostrem uma nova alta [no desmatamento]”, disse.

Viagem

Na semana passada, Mourão comandou uma viagem a três cidades da região amazônica com embaixadores de diversos países. O objetivo era apresentar a atuação do governo Jair Bolsonaro na região. Contudo, o roteiro evitou pontos críticos.

O tratamento do governo Bolsonaro com o meio ambiente tem sido alvo de críticas frequentes da comunidade internacional, com reflexos na reputação de empresas brasileiras, no bloqueio dos recursos do Fundo Amazônia e em dificuldades para a ratificação do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia.

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