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COP-25: Salles dirá que país avançou na redução do desmatamento

Conferência do Clima começará no próximo mês, em Madri. Ministro contraria dados sobre aumento da área desmatada

atualizado

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Andre Borges/Esp. Metrópoles
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles
1 de 1 O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles - Foto: Andre Borges/Esp. Metrópoles

A 10 dias do início da 25ª Conferência Internacional sobre Mudança Climática (COP-25), entre 2 e 13 de dezembro, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, minimizou as críticas relacionadas ao Brasil. Segundo ele, o país “está indo bem” no cumprimento das metas ambientais assumidas no Acordo de Paris.

Nos últimos meses, o país atravessou uma crise relacionada a queimadas e ao aumento do desmatamento da região amazônica. Contudo, o ministro minimizou os efeitos da devastação e dos focos de incêndio na floresta.

Salles foi categórico. “Não concordamos que o Brasil não está indo bem nas suas metas. Ao contrário, o Brasil está indo bem, já avançou muito na redução do desmatamento”, ponderou o ministro, após encontro com governadores da Amazônia Legal nesta quarta-feira (20/11/2019).

O discurso de Salles ocorre na mesma semana da divulgação de dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) que relevam uma área devastada de 9.762 km² entre agosto de 2018 e julho de 2019 – aumento de quase 30% e uma marca histórica desde 2008.

Diferente do parâmetro utilizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), o ministro afirmou que construiu seu entendimento ancorado no ano-base de 2005, e não na análise anual.

Ele afasta a ideia de que o Brasil chegará à COP-25 sem alcançar as metas. “Estamos indo bem na redução das emissões [de gases de efeitos estufa] e em todos os aspectos. O que não está indo bem é receber os recursos prometidos lá de fora, que são essenciais”, finalizou.

O Brasil comprometeu-se a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% em relação aos níveis de 2005, em 2025, com uma contribuição indicativa subsequente de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 43% abaixo dos níveis de 2005, em 2030.

O Acordo de Paris foi aprovado pelos 195 países para reduzir emissões de gases de efeito estufa. O compromisso ocorreu para frear o aumento da temperatura média global em até 2°C acima dos níveis pré-industriais.

A partir disso, os governos constroem os próprios compromissos, a partir das chamadas Pretendidas Contribuições Nacionalmente Determinadas (iNDC, na sigla em inglês). O Brasil concluiu, em setembro de 2016, o processo de ratificação do Acordo de Paris.

O país se comprometeu, entre outras coisas, a aumentar a participação de bioenergia sustentável na sua matriz energética para aproximadamente 18% até 2030, restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas, bem como alcançar uma participação estimada de 45% de energias renováveis na composição da matriz energética em 2030.

As metas do Brasil correspondem a uma redução estimada em 66% em termos de emissões de gases efeito de estufa por unidade do PIB (intensidade de emissões) em 2025 e em 75% em termos de intensidade de emissões em 2030, ambas em relação a 2005.

Na prática, o país prometeu reduzir emissões de gases de efeito estufa no contexto de um aumento contínuo da população e do PIB, bem como da renda per capita.

Encontro será em Madri
A ONU mudou para Madri, na Espanha, a COP-25. Inicialmente, a sede seria Santiago, no Chile. O presidente chileno, Sebastián Piñera, cancelou o evento devido à onda de protestos no país.

A Conferência sobre Mudança Climática é uma das mais importantes para as Nações Unidas. É nela que os países selam seus compromissos e acordos nessa área. Foi na COP realizada em 2015, na França, que foi aprovado o Acordo de Paris de combate à mudança climática.

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