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Marco Aurélio volta a criticar censura: “Mordaça. Isso não se coaduna”

Em série de declarações, ministro critica colega de corte. Para ele, Alexandre de Moraes quer impor uma mordaça na imprensa

atualizado

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Michael Mello/Metrópoles
ministro marco aurelio mello
1 de 1 ministro marco aurelio mello - Foto: Michael Mello/Metrópoles

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, voltou a criticar a censura imposta pela Corte à revista Crusoé e ao site O Antagonista. Na terceira declaração sobre o caso, Marco Aurélio disse, nesta quinta-feira (18/04/19), que a decisão de Alexandre de Moraes, de retirar do ar reportagem sobre o presidente do tribunal, Dias Toffoli, foi antidemocrática.

Em entrevista à Rádio Gaúcha, o ministro classificou como “mordaça” a decisão do colega. “Mordaça. Isso não se coaduna com os ares democráticos da Constituição de 1988. Não temos saudade do regime pretérito. E não me lembro nem no regime pretérito, que foi regime de exceção, de medidas assim, tão virulentas como essa”, reclamou Marco Aurélio.

Para ele, o que existe no caso é um “problema da autoestima” entre os magistrados. “Precisam tirar o pé do acelerador. Precisam ter menos autoestima e observar com rigor a lei das leis que é a Constituição Federal. Não se avança culturalmente se não for assim”, concluiu.

Ao blog da jornalista Andréia Sadi, Marco Aurélio defendeu que o Ministério Público Federal (MPF) recorra ao STF para que o caso vá ao plenário. “Creio que as matérias chegarão ao que entendo como Supremo, o plenário. Então, teremos crivo definitivo. O MP deve provocá-lo”, afirmou.

Entenda o caso
A reportagem trata de um suposto codinome dado ao presidente do STF, Dias Toffoli, na lista do “departamento de propinas” da Odebrecht. Segundo a Crusoé, o ministro seria o “amigo do amigo do meu pai”.

O codinome “Amigo do meu pai” já tinha sido revelado anteriormente pela Lava Jato e seria o ex-presidente da República Lula da Silva (PT), atualmente preso em Curitiba, condenado pela Lava Jato pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. “Meu pai” identificaria Emílio Odebrecht, pai de Marcelo.

Pela decisão do ministro Moraes, a Polícia Federal vai intimar os responsáveis pela publicação da reportagem “para que prestem depoimentos no prazo de 72 horas”, informou o site O Antagonista, de quem a revista é parceira.

Para Alexandre de Moraes há “claro abuso no conteúdo da matéria veiculada”. A revista, em sua defesa, reforçou que a reportagem de que trata a decisão do ministro foi publicada com base em um documento que consta dos autos da Operação Lava Jato.

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