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Marcelo Odebrecht deixa a carceragem da PF no Paraná

Empreiteiro foi levado em um carro da Polícia Federal para a Justiça Federal para colocar sua tornozeleira eletrônica

atualizado

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ALOISIO MAURICIO/agência estado
MARCELO ODEBRECHT
1 de 1 MARCELO ODEBRECHT - Foto: ALOISIO MAURICIO/agência estado

O empreiteiro Marcelo Odebrecht, preso há 2 anos e meio em Curitiba, deixou a carceragem da Polícia Federal (PF) na manhã desta terça-feira (19/12). O empresário foi levado em um carro da PF para a Justiça Federal, onde vai colocar uma tornozeleira eletrônica para iniciar o cumprimento de sua prisão domiciliar.

Ele deve seguir de jato para São Paulo, de onde seguirá para sua casa num condomínio no Morumbi, zona sul da cidade. Pelo acordo, ele ficará 2 anos e meio em prisão domiciliar com direito a duas saídas por ano com autorização da Justiça. Enquanto estiver em casa, o empresário poderá receber 15 pessoas previamente cadastradas e autorizadas no processo. Além deles, parentes até 4º grau (primos e tios-avôs) poderão visitá-lo.

Depois de 913 dias de cárcere, a saída do empresário ocorre em um momento em que a Odebrecht busca um substituto para o presidente do conselho de administração, Emílio Odebrecht, pai de Marcelo. Quando a Polícia Federal o prendeu em 19 de junho de 2015, a empreiteira baiana acabara de ultrapassar o faturamento de R$ 100 bilhões pela primeira vez em sua história. O grupo tinha 170 mil funcionários espalhados por quase 30 países.

A saída de Marcelo da prisão tem gerado ruídos na família e na empresa. O empresário  está proibido de ocupar cargos na companhia até 2025, quando terminará sua pena. Apesar da restrição, quem conhece o executivo classifica seu comportamento como imprevisível. Há temor de que ele constranja antigos aliados a informá-lo sobre o dia a dia do grupo.

A imprevisibilidade fez com que o patriarca da família tomasse medidas públicas às vésperas da saída do filho da prisão: anunciou sua saída antecipada do comando do conselho de administração e a decisão de que os Odebrecht não mais ocuparão a presidência do grupo. As medidas reforçam a tentativa de erguer o grupo e sinalizam um esforço para blindar os negócios da influência do filho.

As últimas 24 horas de Marcelo na carceragem da PF em Curitiba não foi diferente da rotina de 30 meses de prisão. O empresário acordou um pouco antes do sol nascer, fez exercícios físicos e tomou café da manhã preparado em uma cafeteria localizada no corredor próximo à cela que o empresário divide com o lobista Adir Assad, também acusado de fazer parte do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.

No final da tarde desta segunda (18), os advogados do empreiteiro conversaram com ele para acertar os últimos detalhes da transferência. Nos últimos dias, a saída de Marcelo chegou a ser dúvida quando o Ministério Público Federal de Curitiba afirmou que precisava avaliar “documentos faltantes” do empresário para saber se ele estava “adimplente com seu acordo” e, assim, receber os benefícios.

O criminalista Nabor Bulhões entregou a documentação à Justiça na segunda (18) e falou ao jornal O Estado de S. Paulo sobre o pedido dos investigadores: “A própria Justiça concordou com os termos quando ele foi assinado. Como a previsão do acordo é que ele seja solto amanhã (hoje), estamos aguardando que isso seja cumprido”, disse Bulhões.

Marcelo ficará 10 anos preso. Além dos 2 anos e meio de regime fechado já cumprido e os outros 2 anos e meio de regime domiciliar fechado, o empresário terá que cumprir ainda 5 anos de pena – 2 anos e meio em regime diferenciado, com obrigação de recolhimento noturno e nos fim de semanas e feriados, e 2 anos e meio de aberto, com a obrigação de comunicação à Justiça.

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