metropoles.com

Leia texto em que delegado da PF denuncia interferência em ação no MEC

Delegado da PF disse que investigação foi “prejudicada” em razão de tratamento diferenciado dado pela polícia a ex-ministro de Bolsonaro

atualizado

Compartilhar notícia

Igo Estrela/Metrópoles
Milton Ribeiro, ministro da Educação durante evento no palacio do planalto
1 de 1 Milton Ribeiro, ministro da Educação durante evento no palacio do planalto - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O delegado da Polícia Federal (PF) Bruno Callandrini, que conduziu a Operação Acesso Pago, denunciou, em mensagem a colegas, uma suposta interferência sobre a ação que resultou na prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.

Calladrini afirmou que houve uma “decisão superior” para que Ribeiro, que estava em Santos, não fosse transferido para Brasília.

A Polícia Federal informou, em nota, ter aberto uma investigação interna para apurar a suposta interfência.

A operação apura a prática de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos do FNDE, vinculado ao Ministério da Educação. Além de Milton Ribeiro, foram presos outras quatro pessoas, incluindo os pastores Ariton Moura e Gilmar Santos.

Confira a íntegra da mensagem enviada pelo delegado a colegas:

Muito obrigado a todos pelo empenho na execução da Operação Acesso Pago.

A investigação envolvendo corrupção no MEC foi prejudicada no dia de ontem em razão do tratamento diferenciado concedido pela PF ao investigado Milton Ribeiro.

Vejo a operação policial como investigação na essência e o momento de ouro na produção da informação/prova.

O deslocamento de Milton para a carceragem da PF em SP * é demonstração de interferência na condução da investigação, por isso, afirmo *não ter autonomia investigativa e administrativa para conduzir o Inquérito Policial deste caso com independência e segurança institucional.

Falei isso ao Chefe do CINQ ontem, após saber que, por decisão superior, não iria haver o deslocamento de Milton Ribeiro para Brasília, e, manterei a postura de que a investigação foi obstaculizada ao se escolher pela não transferência de Milton a Brasília à revelia da decisão judicial.

As equipes de Gyn, Brasília, Belém e Santos, que cumpriram a missão de ontem, trabalharam com obstinação nas ruas e no suporte operacional, um trabalho hercúleo para o cumprimento dos mandados durante a Operação Acesso Pago, literalmente se esforçaram 24/7 e foram aguerridos em capturar todos os alvos. Faço referência especial às equipes de GYN que, mesmo após a prisão, ainda escoltaram os presos via terrestre, para a SR/PF/DF, incontinenti.

No entanto, o principal alvo, em São Paulo, foi tratado com honrarias não existentes na lei, apesar do empenho operacional da equipe de Santos que realizou a captura de Milton Ribeiro, e estava orientada, por este subscritor, a escoltar o preso até o aeroporto em São Paulo para viagem à Brasília,

Quantos presos de Santos, até ontem, foram levados para a carceragem da SR/PF/SP?

É o que tinha a manifestar em lealdade a vocês que cumpriram a missão de ontem com o espírito do verdadeiro policial feceral.

Abraço.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?