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Sarcófago da PF prende prefeito e mira “mensalinho” no Acre

Operação apura esquema de compra de favores, apoio político e desvio de verbas públicas na prefeitura de Senador Guiomar

atualizado

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MICHAEL MELO/METRÓPOLES
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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: MICHAEL MELO/METRÓPOLES

A Polícia Federal (PF) investiga um esquema de compra de favores, apoio político e desvio de verbas públicas na prefeitura de Senador Guiomard, no Acre. O prefeito André Maia (PSD); o secretário de Finanças; um advogado, um pregoeiro e o controlador-geral do município foram presos pela PF nesta quinta-feira (13/12) no âmbito da Operação Sarcófago.

Senador Guiomard tem cerca de 23 mil habitantes. O município fica a 50 minutos da capital Rio Branco. A PF saiu às ruas para cumprir 25 mandados de busca e apreensão e cinco de prisões preventivas da Sarcófago e também da nova fase da Operação Ícaro. A investigação flagrou pagamento de propina dentro de uma funerária.

Em nota, a PF informou que as duas investigações começaram no município de Capixaba, a partir de denúncias de desvio de recursos públicos na prefeitura local. A fase inicial da Ícaro, deflagrada em agosto, afastou outro prefeito, de Capixaba, também no interior do Acre, e outros servidores públicos da administração municipal.

“Com a evolução das investigações, percebeu-se que algumas empresas também operavam no município vizinho, em Senador Guiomard, e que poderia haver ligação em operações irregulares entre as prefeituras”, informou a PF.

O esquema
Segundo a investigação, o esquema de governança municipal investigado se baseava na compra de favores e apoio político, envolvendo empresários regionais, funcionários públicos, advogados e vereadores de Senador Guiomard e região.

A PF identificou que licitações estavam sendo fraudadas, mediante o direcionamento das contratações e superfaturamento de aproximadamente R$ 5 milhões. Para recuperar as verbas desviadas, foram solicitadas medidas judiciais de sequestro e bloqueio de bens e valores de aproximadamente R$ 1,2 milhão.

Os investigadores identificaram um “mensalinho” de R$ 3 mil para os seis vereadores da base aliada da atual administração de Senador Guiomard. O objetivo, segundo a Polícia Federal, era a compra de apoio político na câmara do município. A Sarcófago aponta ainda o suposto enriquecimento ilícito de funcionários do alto escalão, em face da existência de bens e transações em nome de “laranjas”.

A PF fez buscas na Prefeitura, na Câmara Municipal de Senador Guiomard e nas residências e empresas dos políticos e empresários envolvidos. Os agentes apreenderam documentos, mídias e valores. Já na Operação Ícaro, a PF apontou o pagamento de propinas ao prefeito afastado, inclusive uma lancha que lhe foi presenteada por um dos empresários investigados.

Os vereadores investigados de Capixaba também foram beneficiados com o pagamento de despesas médicas para seus familiares em troca de apoio político. A PF nomeou a operação de Sarcófago por causa do pagamento de propina dentro da funerária. A reportagem tentou contato com a Prefeitura de Senador Guiomard. O espaço está aberto para manifestação.

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