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MPF em Goiás recorre à Justiça para garantir remédios a transplantados

Objetivo é assegurar, por meio de decisão judicial, que União e Estado de Goiás garantam fornecimento de Tacrolimo e Fingolimode

atualizado

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ICDF/Divulgação
transplante
1 de 1 transplante - Foto: ICDF/Divulgação

O Ministério Público Federal (MPF) em Goiás ajuizou, neste sábado (22/12), ação civil pública (ACP), com pedido de liminar, em desfavor da União e do Estado de Goiás. O objetivo é assegurar, por meio de decisão judicial, que os réus forneçam, por quaisquer meios admitidos legalmente, os medicamentos Tacrolimo 1mg (para pacientes transplantados) e Fingolimode (para pessoas com esclerose múltipla).

De acordo com apuração do MPF, a partir de informações da Central de Medicamentos de Alto Custo (CMAC) Juarez Barbosa, nos últimos meses a Secretaria de Estado de Saúde do Estado de Goiás estaria recebendo medicamentos do grupo 1 em quantidade inferior à demanda apresentada.

Os remédios desse grupo são aqueles relacionados, dentre outros, a tratamentos de esclerose múltipla, hepatite C e imunossupressores para impedir a rejeição de órgãos em pessoas que passaram por transplantes (foto em destaque). Com isso, o estoque da CMAC do medicamento Tacrolimo 1mg, utilizado para evitar a rejeição de órgãos por parte de pacientes transplantados, estaria zerado. Já o estoque do medicamento Fingolimode, indicado para pessoas com esclerose múltipla, estaria prestes a acabar.

Para o procurador da República Jorge Medeiros, autor da ação, o desabastecimento dos medicamentos configura uma situação em que se verifica uma dupla falha: da União, no fornecimento dos medicamentos, e do Estado de Goiás, pela ausência de organização e sistematização dos dados referentes a esse fornecimento e, consequentemente, na correta informação, ao órgão ministerial e ao próprio Poder Judiciário, da demanda concreta a ser suprida.

Desassistidos
Segundo a CMAC, existem cerca de 1.860 pacientes em Goiás dependentes dos medicamentos com estoque insuficiente do grupo 1, o que acarretaria sério risco de transplantados perderem o transplante; pacientes portadores de esclerose múltipla terem surtos, o que aumentaria sua incapacidade motora, bem como pacientes das demais patologias terem agravada sua situação clínica, podendo até mesmo morrerem.

Na ACP, em razão da grave situação, o MPF pede, liminarmente, que a Justiça Federal determine ao estado, no prazo mais célere possível e considerando o risco dos pacientes, adote as medidas pertinentes à quantificação da demanda efetiva a ser suprida. Determine, ainda, que os réus, por quaisquer meios admitidos pela Constituição e pelas leis, forneçam os medicamentos Tacrolimo 1mg e Fingolimode, de modo a permitir, sem interrupção, o tratamento dos pacientes que deles necessitem. Por fim, que os réus, ato contínuo, regularizem o controle de estoque e, a partir de tal regularização, promovam a adequação do fornecimento dos demais medicamentos constantes do grupo 1. (Informações do Ministério Público Federal)

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