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Dilma diz desconhecer atuação de Lula por propinas da Odebrecht

Em depoimento, a ex-presidente ainda criticou uma questão feita pelo procurador do MPF: “A pergunta do senhor é um absurdo”

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
julgamento de Lula no TRE4 – reunião PT
1 de 1 julgamento de Lula no TRE4 – reunião PT - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou, nessa quinta-feira (25/10/2019), não ter conhecimento de uma suposta atuação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para favorecer a liberação de uma linha de crédito que teria beneficiado a empreiteira Odebrecht em Angola. Em depoimento à Justiça Federal, a petista chegou a bater boca com um procurador.

“Não. Não tive nenhum conhecimento de nenhuma acusação ou suspeita desse tipo”, disse Dilma, em oitiva onde testemunhou em defesa de Lula, dos ex-ministros Paulo Bernardo e Antônio Palocci, e do empresário Marcelo Odebrecht. Eles foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por receber propina da construtora Odebrecht em troca de favores políticos.

De acordo com a acusação, em 2010 a empreiteira prometeu a Lula R$ 64 milhões para ser favorecida em decisões do governo. De acordo com o MPF, o dinheiro teria sido colocado à disposição do Partido dos Trabalhadores (PT).

Bate-boca
Após uma pergunta do procurador Carlos Henrique Martins Lima, que representa o MPF, a ex-presidente subiu o tom. Ele questionou se Dilma teria como afirmar se Paulo Bernardo, ex-ministro do governo Lula e réu no processo, teria recebido o empresário Marcelo Odebrecht a sós em uma reunião nas dependências do Ministério do Planejamento.

“A pergunta do senhor é um absurdo. Como eu posso afirmar alguma coisa se a sua premissa é que ele recebeu a sós? Óbvio que eu não posso afirmar nada. Eu quero registrar seu juiz que a pergunta é um absurdo”, afirmou a petista.

“O senhor me desculpa, mas isso não é sério. Eu não concordo com isso. Estou protestando, quero que os senhor redija isso senhor juiz. É um desrespeito a mim”, declarou Dilma.

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