Juiz nega pedido de fazendeiro e mantém indígenas em área disputada
Indígenas reivindicam retomada do território de Guapo’y, em Amambai (MS). Em junho, dois morreram no local em confronto com policiais
atualizado
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A Justiça Federal de Ponta Porã (MS) indeferiu, nessa segunda-feira (4/7), pedido para despejar os indígenas da etnia Guarani Kaiowá de uma região em Amambai (MS). A solicitação foi feita pelo fazendeiro que ocupa atualmente a área.
A decisão não implica na resolução do caso. Mas, por ora, os indígenas que tomam a área devem ser protegidos e terão “atenção às suas reivindicações”, segundo determinação do juiz Thales Braghini Leão.
O magistrado considerou as falas do antropólogo do Ministério Público Federal (MPF), que esteve no local dos conflitos, e afirmou que os indígenas respeitam a propriedade e não danificam bens no interior dela durante a ocupação.
Conflito entre indígenas, fazendeiros e policiais
Amambaí, no Mato Grosso do Sul, é terra de conflito entre fazendeiros, policiais e indígenas da etnia Guarani Kaiowá. Os indígenas tentam retomar a área, ocupada atualmente por uma fazenda, e afirmam que o local faz parte da terra indígena Guapo’y.
A reserva de Amambai é a segunda maior do estado em termos populacionais, com quase 10 mil nativos. Para os indígenas, a terra é parte de um território que lhes foi roubado.
Em junho, um confronto em Amambai entre o Batalhão de Choque da Polícia Militar do estado e indígenas resultou na morte do indígena Vitor Fernandes, de 42 anos, baleado por policiais. Além da morte de Vitor, o conflito deixou outros sete indígenas feridos.
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