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Joaquim Leite participa de reunião do Conselho da Amazônia pela 1ª vez

Além da presença inédita do ministro do Meio Ambiente, o encontro contou, pela primeira vez, com participação efetiva de governadores

atualizado

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1 de 1 MMA Joaquim leite - Foto: MMA

O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, participou, pela primeira vez, de uma reunião do Conselho Nacional da Amazônia Legal (Cnal). A presença do gestor foi comentada em entrevista coletiva nesta quarta-feira (11/5), pelo o vice-presidente da República e presidente do Cnal, Hamilton Mourão (Republicanos).

Esta foi a primeira reunião do Cnal em 2022. Além da presença do ministro do Meio Ambiente, o encontro contou com participação de representante do Ministério da Justiça, do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), e de representantes do Amapá, Roraima e Rondônia.

É a primeira vez que gestores do Executivo estadual participam da reunião do Cnal, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Em abril, a Suprema Corte reestabeleceu a necessidade de que os chefes do Executivos estaduais marquem presença nas discussões do colegiado sobre o meio ambiente.

A participação dos governadores havia sido excluída após publicação do Decreto 10.239/2020, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com o vice-presidente, apesar de não participar diretamente das reuniões do conselho antes da decisão do STF, os governadores sempre tiveram participação ativa no grupo.

“A primeira atividade que fiz quando assumi essa tarefa foi percorrer cada um dos estados para conversar com os governadores. Ao longo desses dois anos, a cada reunião que fazíamos, eu fazia um encontro com os gestores, para colocar à par os assuntos que foram debatidos e ouvir a opinião deles”, afirmou o vice-presidente.

“A reunião foi extremamente produtiva, no sentido de que os diferentes ministérios apresentaram toda a gama de atividades que estão realizando, principalmente na questão do desenvolvimento da Amazônia. Assim como o Ministério da Justiça e o Ministério do Meio Ambiente expuseram suas ações na Operação Bioma, uma operação conjunta”, disse Mourão.

Desmatamento recorde

Os alertas de desmatamento registrados na Amazônia no mês de abril — entre os dias 1º e 29 de abril — alcançaram um total de 1.013 km². Segundo dados do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados na última sexta-feira (6/5), houve alta de 74,6%, em comparação ao mesmo mês de 2021.

Pelo quarto mês consecutivo, os alertas de desmatamento seguem concentrados nos estados do Amazonas (34,2%), Pará (28,3%) e Mato Grosso (23,8%). Segundo o órgão, nos três primeiros meses do ano, a região bateu o recorde de 941,3 km² desmatados.

“Temos um semestre desafiador pela frente para que consigamos, ao longo de maio e junho, voltar aos números que tínhamos. Até março do ano passado estávamos abaixo, em um processo de redução. Em março houve a inversão dessa curva e, em abril, ela aumentou, superando o ano passado. Temos três meses pela frente para lograrmos voltar ao nível que havíamos atingido e, consequentemente, chegarmos ao final desse ciclo com resultado positivo”, concluiu o vice-presidente.

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De acordo com a pesquisa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), mais da metade (51%) do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, principalmente (83%) em locais de domínio federal
Dois anos após o Dia do Fogo, as queimadas na região voltaram a quebrar recordes anuais. Em 2020, a Amazônia Legal registrou o maior índice dos últimos nove anos (150.783 focos de fogo), um valor 20% maior que no ano anterior e 18% maior que nos últimos cinco anos
Em 2019, Bolsonaro se envolveu em algumas polêmicas ao ser pressionado sobre as medidas para controlar a situação das queimadas na Amazônia. Na época, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou que o mês de julho havia registrado aumento de 88% nos incêndios, em comparação com o mesmo período do ano anterior
O presidente da República questionou a veracidade das informações e chegou a afirmar que se o relatório fosse verdadeiro a floresta já estaria extinta. O diretor do instituto, Ricardo Galvão, acabou exonerado por causa da qualidade das informações divulgadas pelo órgão
Bolsonaro chegou a culpar as organizações não governamentais (ONGs) pela situação na floresta. Segundo o presidente, o objetivo era enviar as imagens para o exterior e prejudicar o governo
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A destruição de florestas na Amazônia alcançou um novo e alarmante patamar durante o governo Bolsonaro. O desmatamento no bioma aumentou 56,6% entre agosto de 2018 e julho de 2021, em comparação ao mesmo período de 2016 a 2018

Igo Estrela/Metrópoles
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De acordo com a pesquisa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), mais da metade (51%) do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, principalmente (83%) em locais de domínio federal

Igo Estrela/Metrópoles
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Dois anos após o Dia do Fogo, as queimadas na região voltaram a quebrar recordes anuais. Em 2020, a Amazônia Legal registrou o maior índice dos últimos nove anos (150.783 focos de fogo), um valor 20% maior que no ano anterior e 18% maior que nos últimos cinco anos

Igo Estrela/Metrópoles
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Em 2019, Bolsonaro se envolveu em algumas polêmicas ao ser pressionado sobre as medidas para controlar a situação das queimadas na Amazônia. Na época, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou que o mês de julho havia registrado aumento de 88% nos incêndios, em comparação com o mesmo período do ano anterior

Fábio Vieira/Metrópoles
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O presidente da República questionou a veracidade das informações e chegou a afirmar que se o relatório fosse verdadeiro a floresta já estaria extinta. O diretor do instituto, Ricardo Galvão, acabou exonerado por causa da qualidade das informações divulgadas pelo órgão

Ricardo Fonseca/ASCOM-MCTIC
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Bolsonaro chegou a culpar as organizações não governamentais (ONGs) pela situação na floresta. Segundo o presidente, o objetivo era enviar as imagens para o exterior e prejudicar o governo

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Diante da polêmica, o governo lançou edital com o intuito de contratar uma equipe privada para monitorar o desmatamento na Amazônia. O presidente também convocou um gabinete de crise para tratar das queimadas e prometeu tolerância zero com os incêndios florestais

Fotos Igo Estrela/Metrópoles
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Porém, durante os três anos de governo de Jair Bolsonaro, as políticas ambientais foram alvo de críticas devido aos cortes orçamentários, desmonte de políticas de proteção ambiental e enfraquecimento de órgãos ambientais

Reprodução
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Em 2020, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o chefe do Executivo voltou a criar polêmicas ao declarar que os incêndios florestais eram atribuídos a "índios e caboclos" e disse que eles aconteceram em áreas já desmatadas. Além disso, Bolsonaro alegou que o Brasil é vítima de desinformação sobre o meio ambiente

Agência Brasil
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No ano seguinte, Bolsonaro elogiou a legislação ambiental brasileira e o Código Florestal e enalteceu a Amazônia durante a assembleia. Além disso, disse que o futuro do emprego verde estava no Brasil

Agência Brasil
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Em novembro de 2021, o presidente classificou as notícias negativas sobre a Amazônia como “xaropada”. Contudo, de acordo com o Inpe, a área sob risco tem 877 km², um recorde em relação à série histórica

Lourival Sant’Anna/Agência Estado
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Durante um evento de investidores em Dubai, Jair disse que a Amazônia não pega fogo por ser uma floresta úmida e que estava exatamente igual quando foi descoberta, em 1500

Agência Brasil
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Bolsonaro costuma falar com apoiadores no Palácio da Alvorada todos os dias

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Amazônia

Ernesto Carriço/NurPhoto via Getty Images

Objetivo de Cnal

Apesar de não ser um órgão executor, o Cnal é responsável – junto aos ministérios integrantes – pela elaboração e articulação de todas as ações desenvolvidas nos territórios do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Fazem parte do conselho 14 ministros de estado.

Foi por intermédio do Conselho Nacional da Amazônia Legal que foram realizadas, por exemplo, as operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para reduzir os crimes ambientais na região. As ações, no entanto, não obtiveram grande êxito.

Desde sua reativação, o Cnal se reuniu em outras 12 ocasiões. Os governadores participaram só de 5 encontros.

Os ministros do Meio Ambiente também marcaram presença em poucos casos. Em 2020 e 2021, o ex-ministro Ricardo Salles foi a 5 reuniões do colegiado. O atual titular da pasta, Joaquim Leite, não havia participado de nenhum encontro até o momento.

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