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Hostilizado, Barroso diz que democracia “impõe respeito ao resultado das urnas”

Ministro Barroso precisou deixar a casa onde estava hospedado, em Porto Belo, Santa Catarina, na madrugada da última quinta-feira (3/11)

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Luís Roberto Barroso durante posse para a vice-presidência do STF
1 de 1 Luís Roberto Barroso durante posse para a vice-presidência do STF - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Após ser hostilizado por bolsonaristas insatisfeitos com o resultado da eleição, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), precisou ser retirado de um restaurante, por questão de segurança; de madrugada, ele também abandonou a casa onde estava hospedado, no litoral de Santa Catarina, na quinta-feira (3/11). Os manifestantes o acusavam de ter beneficiado a candidatura do petista Luiz Inácio Lula da Silva.

Em nota divulgada nesta sexta-feira (4/11) pelo gabinete, Barroso lamentou “o desrespeito às instituições e às pessoas, assim como as ameaças de violência”. O magistrado também narrou o episódio.

Segundo o texto, “o ministro Barroso estava em Porto Belo, Santa Catarina, na última quinta-feira para compromisso pessoal. Quando jantava com amigos em um restaurante, pessoas que participavam de bloqueios de estradas e que foram dispersadas iniciaram um protesto do lado de fora, e o ministro preferiu retirar-se para não causar transtornos aos demais clientes do local”.

“Ao retornar para a casa onde estava hospedado, a equipe de segurança detectou que um grupo identificara o lugar onde ficaria o ministro e começou a convocar outras pessoas para o local, fazendo ruído perturbador para toda a vizinhança e paralisando a circulação nas ruas adjacentes”, segue a nota.

Veja imagens feitas no local pela jornalista Ana Cordeiro:

“A manifestação ameaçava fugir ao controle e tornar-se violenta, tendo a segurança aventado o uso de força policial para dispersar a aglomeração. Diante disso, o ministro, em respeito à vizinhança e para evitar confronto entre polícia e manifestantes, retirou-se do local. O ministro nem sequer chegou a ver os manifestantes, e não houve proximidade física ou agressão. Tampouco houve qualquer registro de dano patrimonial, nos locais, que seja de conhecimento do ministro”, continua o texto divulgado pelo gabinete de Barroso.

Na conclusão, Barroso escreveu que “a democracia comporta manifestações pacíficas de inconformismo, mas impõe a todos os cidadãos o respeito ao resultado das urnas. O desrespeito às instituições e às pessoas, assim como as ameaças de violência, não fazem bem a nenhuma causa e atrasam o país, que precisa de ordem e paz para progredir”.

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