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Homem que diz ter criado “kit Covid” é alvo da polícia em Goiás

Morador de Palmeiras de Goiás diz ter inventado fórmula que cura Covid em 12h; foram apreendidas substâncias não identificadas em sua casa

atualizado

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Reprodução/Polícia Civil de Goiás
Kit que promete cura pra Covid em Goiás
1 de 1 Kit que promete cura pra Covid em Goiás - Foto: Reprodução/Polícia Civil de Goiás

Goiânia – Ação das polícias civil e militar e da Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde de Goiás apreendeu substâncias na casa de um homem que se diz criador de um kit para curar a Covid. A operação foi na última quarta-feira (30/3), em Palmeiras de Goiás, a 90 quilômetros de Goiânia, no sul do estado.

As substâncias ainda não foram identificadas. Elas serão analisadas em laboratório. O homem também é suspeito de distribuir o medicamento sem registro e sem comprovação de eficácia criado por ele e que prometia curar a Covid-19.

Cápsulas do suposto remédio já tinham sido recolhidas e entregue à polícia esta semana no hospital de Palmeiras de Goiás, quando estavam sendo entregues a uma paciente.

O mandado de busca e apreensão foi autorizado pela Justiça e cumprido na casa do suspeito. Foram apreendidos frascos plásticos, cápsulas, pacotes com substâncias em pó e uma balança de precisão.

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e também pelo Ministério Público de Goiás (MPGO). O suspeito, identificado como Cláudio Cardoso, não foi preso e deve ser ouvido nos próximos dias.

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“Cura”

O homem promete curar em até 12 horas pessoas diagnosticadas com Covid-19. A sua fórmula miraculosa estava sendo oferecida em grupos de WhatsApp de Palmeiras de Goiás e região.  Foi assim que MP e polícia ficaram sabendo do caso, que foi denunciado recentemente.

Apesar de dizer que o medicamento é distribuído de forma gratuita, ele dava a entender que seria importante contribuição voluntária para que a produção continuasse ocorrendo. Ele não divulgava qual seria a fórmula do remédio.

O Metrópoles não conseguiu contato com o investigado até o fechamento deste texto.

Charlatanismo

Conforme o promotor de Justiça Eduardo Prego, deve ser solicitado às autoridades em saúde que avaliem as substâncias usadas para descobrir do que se trata.

“A conduta praticada por ele pode ser de charlatanismo, estelionato e curandeirismo. Vamos verificar se ele aferia vantagem econômica em ministrar esses medicamentos”, afirmou o promotor.

Até agora, não há comprovação científica sobre a eficácia de nenhum tratamento precoce contra a Covid-19. A eficácia de um tratamento é comprovada com estudos científicos que usam metodologia rigorosa.

Dessa forma, de acordo com os cientistas, são necessárias duas características principais: randomização (escolha aleatória dos pacientes) e ser duplo-cego (nem os médicos nem os pacientes podem saber quem está recebendo o remédio ou o placebo).

Além disso, os resultados devem ser publicados em revista científica, após revisão e análise dos dados por profissionais especialista no assunto. As pesquisas que seguiram essas regras não mostraram benefício na aplicação de tratamento precoce para pacientes infectados pelo coronavírus.

Sem efeito

Estudo global da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicado em outubro, concluiu que os resultados do uso de hidroxicloroquina e três antivirais no tratamento contra a Covid-19 “pareceram ter pouco ou nenhum efeito no [paciente com] Covid-19 hospitalizado”.

Neste mês de março, a Associação Médica Brasileira (AMB) divulgou um boletim condenando o uso de remédios sem eficácia contra a Covid-19.

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