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Homem que chamou funcionária de “preta” paga fiança e é solto em GO

De acordo com o TJGO, fiança paga pelo homem para sair da detenção foi de R$ 3,3 mil. Durante depoimento, ele ficou em silêncio

atualizado

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Bruno Haringl
Racismo injuria racial supermercado goiania goias
1 de 1 Racismo injuria racial supermercado goiania goias - Foto: Bruno Haringl

Goiânia – O homem preso em flagrante pela Polícia Militar de Goiás depois de insultar de maneira racista a funcionária de um supermercado no Setor Marista, região nobre da capital goiana, já está solto. Conforme o termo de fiança, Rodrigo Gomes da Paixão pagou R$ 3,3 mil e deve responder em liberdade. Durante o depoimento, ele informou que não havia nada a declarar sobre as agressões à fiscal de caixa.

O caso aconteceu no último domingo (14/11) e foi registrado por testemunhas. Segundo a vítima, o homem teria dito que não queria ser atendido por uma “preta”. Outros clientes tentaram segurar o suspeito e seguiram ele até o estacionamento, onde foi preso pela Polícia Militar.

Veja o vídeo:

A fiscal de caixa, que tem 19 anos, ficou constrangida e chorando depois de ter sido agredida pelo cliente, segundo o boletim de ocorrência. Ela relatou à polícia que foi chamada de “preta” por várias vezes.

O Metrópoles entrou em contato com a defesa de Rodrigo Gomes da Paixão, mas até o fechamento desta matéria, não houve retorno.

Confirmação

Em depoimento, duas testemunhas confirmaram o que foi dito pela fiscal de caixa agredida de forma racista. Uma delas afirmou que a vítima se aproximou de Rodrigo na intenção de ajudá-lo, no entanto, foi insultada por ele.

“Ele se exaltou e começou a gritar, dizendo que depois que o mercado começou a atender pobre, classe média não tem vez de preferência. ‘Só tem pobre aqui! Eu tô fazendo é favor de comprar no mercado!’ Depois a vítima se aproximou perguntando se poderia ajudar, nesse momento ele respondeu gritando: ‘Essa merda desse mercado, quando vem alguém atender ainda vem uma preta”, disse uma das testemunhas.

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Uma segunda testemunha ressaltou que Rodrigo foi impedido de sair do local por populares. Segundo o depoente, o homem afirmou que era racista mesmo. “Eu estava no referido hipermercado, próximo à escada rolante, quando
vi o homem gritando e ofendendo a vítima. Ele gritava: ‘sua preta’, além de outras ofensas. Eu disse para ele parar e ele respondeu: ‘Não vou parar, sou racista mesmo e ela é uma preta'”, disse a pessoa que presenciou o fato.

Ainda de acordo com ela, o homem correu em direção ao estacionamento do supermercado, mas foi perseguido e alcançado quando estava entrando no seu veículo. Segundo a testemunha, havia mais de 30 pessoas no local que impediram a evasão do sujeito até a chegada da Polícia Militar.

Beijinho

Vídeos mostram o suspeito de camiseta vermelha mandando beijinho e acenando para clientes que aplaudiram a ação policial. Pouco antes de entrar na viatura, um policial diz para o suspeito que ele poderá ser algemado.

“Você vai acompanhar a gente até a delegacia, a princípio sem algema, certo? A princípio. Se você resistir, o primeiro ato: você será algemado”, diz um policial.

O suspeito foi levado para a Central de Flagrantes da Polícia Civil. O caso foi registrado como crime contra a honra e injúria racial. A investigação será feita pelo Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri).

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