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Governo indica nomes para embaixadas nos EUA e França, entre outros

Indicados aos cargos nas embaixadas precisam passar por aprovação do Senado. A lista, de oito representações, inclui apenas uma mulher

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Palácio do Itamaraty, na Esplanada dos Ministérios. Vê-se em primeiro plano o lago e ao fundo o prédio - Metrópoles. Ministério das Relações Exteriores do Brasil
1 de 1 Palácio do Itamaraty, na Esplanada dos Ministérios. Vê-se em primeiro plano o lago e ao fundo o prédio - Metrópoles. Ministério das Relações Exteriores do Brasil - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encaminhou ao Senado Federal, nesta terça-feira (21/3), indicações para os cargos de embaixador do Brasil em seis países e um órgão considerados estratégicos em termos de relações diplomáticas. Na lista, estão sugestões para as embaixadas brasileiras nos Estados Unidos, França, Reino Unido, Argentina e na Organização das Nações Unidas (ONU).

Entre os sete diplomatas indicados, somente uma é mulher – a ministra de primeira classe Maria Luiza Ribeiro Viotti, designada ao cargo de embaixadora em Washington (EUA). Esta será a primeira vez na história que um dos cargos mais cobiçados da diplomacia brasileira será ocupado por uma mulher.

Veja a lista de nomes indicados:

  • Julio Glinternick Bitelli, para o cargo de embaixador do Brasil na República Argentina;
  • Maria Luiza Ribeiro Viotti, para o cargo de embaixadora do Brasil nos Estados Unidos;
  • Antonio de Aguiar Patriota, para o cargo de embaixador do Brasil no Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte.
  • Sérgio França Danese, para o cargo de embaixador do Brasil junto às Nações Unidas;
  • Paulino Franco De Carvalho Neto, para o cargo de embaixador do Brasil no Estado da Eritreia;
  • Everton Vieira Vargas, para o cargo de embaixador do Brasil junto à Ordem Soberana e Militar de Malta;
  • Ricardo Neiva Tavares, para o cargo de embaixador do Brasil no Principado de Mônaco.

Representatividade no órgão

Prioridade nos discursos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a igualdade de gênero em espaços de poder – inclusive dentro do Itamaraty, é um desafio para o governo brasileiro. O tema é recorrente nos pronunciamentos do chanceler Mauro Vieira, que escolheu a embaixadora Maria Laura da Rocha como a primeira secretária-geral do Itamaraty.

O Brasil nunca teve embaixadoras em capitais como Buenos Aires, Lisboa, Londres, Madri, Genebra ou Nova York. Maria Luiza Ribeiro Viotti será a primeira em Washington e em toda a América do Norte.

Itamaraty: embaixadoras querem chefiar representações diplomáticas em países estratégicos

Dados divulgados pela Associação de Diplomatas Brasileiros (ADB) referentes a 2022 mostram que o país ainda não tinha representante mulher na América do Norte ou Europa Ocidental. Por sua vez, a África Subsaariana é o lugar com mais embaixadoras (são cinco), seguida pela América Central (com quatro representantes).

A presença feminina no Itamaraty ainda é bastante reduzida. Em abril de 2022, só 23% do corpo diplomático era formado por mulheres. Quanto mais alto o cargo, menor o percentual.

Entre os 314 conselheiros, 71 são mulheres (22,6%). Nos postos mais altos, o percentual continua a cair: apenas 19,5% entre os 236 ministros de segunda classe (46) e 20,5% dos 210 ministros de primeira classe, popularmente conhecidos como embaixadores (43).

Diplomata para temas de gênero

Em 8 de março, o Itamaraty instutiu o cargo de alta representante para Temas de Gênero da diplomacia brasileira. Quem assume a função é a ministra de carreira diplomática Vanessa Dolce de Faria, atual cônsul-Geral adjunta do Brasil em Barcelona, na Espanha.

No cargo, a diplomata representará o país em reuniões internacionais ligadas a temáticas de gênero, e também será responsável pela articulação com outros ministérios para o avanço da pauta.

“Ao instituir o cargo de Alta Representante, o Itamaraty reafirma a prioridade conferida à promoção da igualdade de gênero”, afirmou uma nota do governo.

Sabatina no Senado

O nome indicado ao presidente da República é encaminhado para aprovação do Senado Federal, na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

O trâmite é o seguinte: o presidente da comissão designa um senador para apresentar o currículo e produzir um relatório, a ser apresentado à comissão, que recebe um prazo para analisar cada caso. Em seguida, é marcada uma reunião para a sabatina, na qual os senadores fazem perguntas para os indicados sobre o currículo e sobre situações reais ou hipotéticas ligadas ao cargo.

Em seguida, é feita votação secreta na comissão, e o nome segue para uma nova avaliação no plenário do Senado. Para ser aprovado, o futuro embaixador precisa que mais da metade dos votos seja favorável. Isso se estiverem presentes na sessão, no mínimo, 41 senadores.

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