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Filhas desviam R$ 170 mil em soja de pai com Alzheimer e são presas

Carga avaliada em R$ 170 mil estava sendo desviada para comprar casa. Uma das filhas confessou o ato. Elas pagaram fiança e foram liberadas

atualizado

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Reprodução / PCGO
caminhão de soja desviado por filhas de idoso com alzheimer em goiás
1 de 1 caminhão de soja desviado por filhas de idoso com alzheimer em goiás - Foto: Reprodução / PCGO

Goiânia – Duas filhas foram presas em flagrante na tarde dessa quarta-feira (24/3), em Bom Jesus de Goiás, cidade que fica a 207 quilômetros de Goiânia, no sul do estado, por apropriação indébita de uma carga de 74 toneladas de soja. O produto é avaliado em R$ 170 mil. A carga pertence ao pai delas, diagnosticado com Alzheimer.

O caso foi descoberto após denúncia anônima. As filhas foram autuadas no momento em que duas carretas contratadas por elas descarregavam o produto em um depósito localizado na zona rural do município. Em depoimento, uma delas confessou o delito e disse que o dinheiro seria utilizado para comprar uma casa.

O pai das duas tem 76 anos de idade. Ele foi diagnosticado com a doença neuro-degenerativa que compromete a memória. Desde o ano passado está interditado por medida judicial que estipulou uma das filhas como curadora dos bens.

A decisão, no entanto, aplica restrições na movimentação do patrimônio. Ela só pode ser feita no nome do pai, com prévia autorização judicial e emissão de alvará. No caso da soja, elas tentaram burlar a regra, segundo a polícia, e colocaram o nome de uma delas na documentação fiscal, com o intuito de ficarem com o dinheiro.

O delegado Anderson Araújo Pelágio, responsável pela investigação, explica que o crime de apropriação indébita é previsto no Estatuto do Idoso. As duas filhas foram levadas para a delegacia da cidade, prestaram depoimento e foram liberadas após pagamento de fiança no valor de R$ 2 mil para cada.

“A curadora confessou o fato, quando foi interrogada e a outra se manteve em silêncio, se negou a falar, mas a outra irmã entregou. A irmã que ficou em silêncio, que não era a curadora, tinha intenção de comprar uma casa com o dinheiro e foi quem sugeriu a apropriação da soja”, conta o delegado.

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Investigação

A família é de Itumbiara, cidade goiana que fica na divisa com Minas Gerais, e é composta, ainda, por mais dois irmãos. A propriedade rural e o depósito onde a carga de soja estava sendo vendida, no entanto, ficam em Bom Jesus de Goiás.

A investigação seguirá, agora, com o objetivo de descobrir se foi a primeira vez que as filhas tentaram se apropriar indevidamente do patrimônio do pai ou se já ocorreram situações anteriores. Documentações foram recolhidas pelos agentes da Polícia Civil no depósito onde a carga estava sendo vendida e serão periciados.

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