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Estudo citado por Bolsonaro foi criado por auditor do TCU no domingo

Crusoé revelou imagem do sistema do TCU que mostra nome do auditor e criação do documento em 6 de junho, antes da fala de Bolsonaro

atualizado

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Presidente Jair Bolsonaro e o Ministro Marcelo Queiroga durante evento de Assinatura do contrato de transferência de tecnologia da AstraZeneca para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Brasília.
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro e o Ministro Marcelo Queiroga durante evento de Assinatura do contrato de transferência de tecnologia da AstraZeneca para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Brasília. - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Sistema do Tribunal de Contas da União (TCU) mostra que o auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques foi o responsável por criar o documento com o “estudo paralelo” sobre supernotificação de mortes por Covid-19.

O levantamento foi citado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na segunda-feira (7/6). O TCU desmentiu a declaração de Bolsonaro de que o órgão seria o autor do relatório. Imagem divulgada pela revista Crusoé mostra que o arquivo com os dados foi criado às 18h39 de domingo (6/6), por Alexandre, com o nome “Da possível supernotificação de óbitos causados por Covid”.

Alexandre Figueiredo atua na Secretaria de Controle Externo do TCU da Saúde e mora em Jundiaí. As ações aconteceram horas antes de o presidente Jair Bolsonaro ter afirmado que um relatório do órgão, que ainda não havia sido divulgado, mostraria que metade das mortes por Covid registradas no ano passado, na verdade, tiveram outras causas.

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Documento TCU

Reprodução Crusoé

Como noticiado pelo Metrópoles, o presidente disse: “Olha, em primeira mão aqui para vocês: não é meu, é do tal do Tribunal de Contas da União, questionando o número de óbitos o ano passado por Covid. E ali, o relatório final não é conclusivo, mas em torno de 50% dos óbitos por Covid no ano passado não foram por Covid, segundo o Tribunal de Contas da União. Não é meu, não”.

No ano passado, o país registrou 194.949 vítimas da doença, número que já foi ultrapassado em 2021.

A Crusoé também diz que o documento, adicionado por Alexandre Silva ao sistema do TCU já quase na noite de domingo, diz que “segundo dados oficiais do Ministério da Saúde, 194.949 pessoas morreram no ano de 2020 devido à Covid-19. Tais dados foram coligidos a partir das informações fornecidas pelas Secretarias Estaduais de Saúde. Ocorre que tais dados podem estar superdimensionados”.

“Isso pode ser um indício de que a pandemia causou efetivamente cerca de 80 mil óbitos em 2020, 41% dos quase 195 mil óbitos registrados pelas Secretarias Estaduais de Saúde como decorrentes da Covid-19. Os outros 115 mil óbitos apontados como consequências da pandemia podem ter, na verdade, outras causas mortis”, continua.

Mas na segunda-feira o próprio TCU negou ter produzido qualquer documento mostrando que cerca de metade dos óbitos registrados por Covid no país em 2020 não foram causados pelo novo coronavírus.

Nesta terça-feira, no entanto, também em conversa com apoiadores, o presidente reconheceu que “errou” ao dizer que um relatório do TCU apontava que 50% das vítimas de Covid no Brasil em 2020 morreram por outras causas. Disse ainda que a tabela usada como referência para fazer a afirmação foi produzida pelo próprio governo com base em um documento do TCU.

“O TCU está certo. Eu errei quando falei ‘tabela’. O certo é ‘acórdão’. A tabela quem fez fui eu, não foi o TCU. Então, o TCU acertou em falar que a tabela não é deles. A imprensa usa para falar que eu fui desmentido. Mas, não tem problema.”

O acórdão ao qual Jair Bolsonaro se refere diz apenas que “utilizar a incidência de Covid-19 como critério para transferência de recursos, com base em dados declarados pelas Secretarias Estaduais de Saúde, pode incentivar a supernotificação do número de casos da doença, devendo, na medida do possível, serem confirmados os dados apresentados pelos entes subnacionais”.

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