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Entenda o que é a PEC dos Auxílios e como ela impacta no seu bolso

Matéria foi aprovada no Senado e deve ser votada na Câmara nesta tarde. A proposta promete turbinar auxílios e criar novos benefícios

atualizado

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Foto parlamentares dentro do Congresso Nacional- Metrópoles
1 de 1 Foto parlamentares dentro do Congresso Nacional- Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O plenário da Câmara deve votar, na tarde desta quinta-feira (7/7), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Auxílios, que estipula um pacote de R$ 41,25 bilhões para reduzir, por meio da ampliação de auxílios e criação de novos benefícios sociais, o impacto dos aumentos sucessivos nos preços dos combustíveis.

Motivo de polêmica, a PEC é a principal aposta do governo para acelerar benesses a pouco menos de três meses do primeiro turno da eleição. O projeto foi aprovado no Senado na quinta-feira (30/6) e, caso passe pelo plenário da Câmara sem alterações, segue para promulgação.

Segundo a PEC, o valor do Auxílio Brasil, programa social que substituiu o Bolsa Família, passará de R$ 400 para R$ 600. A proposta também prevê zerar a fila de beneficiários que ainda aguardam a inclusão no programa social.

Também consta na lista de benefícios a criação de um auxílio financeiro que deverá ser pago a motoristas de taxi para abastecimento do veículo profissional.

Outros pontos da matéria são: ampliação do Vale-Gás, para o equivalente ao preço de um botijão por bimestre, e a criação de um voucher mensal de R$ 1 mil para caminhoneiros autônomos. A União se propõe, ainda, a ressarcir estados que aderirem à gratuidade para idosos nas passagens de transporte público.

Veja os pontos em destaque do texto:

  1. Aumenta em R$ 200 o valor do Auxílio Brasil, de R$ 400 para R$ 600, ao custo estimado de R$ 26 bilhões;
  2. Zera a fila do Auxílio Brasil. Atualmente, mais de 1,6 milhão de pessoas aguardam pela inclusão no pagamento do benefício;
  3. Aumenta o vale-gás, para o equivalente a um botijão por bimestre. Esta medida está orçada em R$ 1,5 bilhão;
  4. Cria benefício de R$ 1 mil para transportadores autônomos de carga. A medida, que custará R$ 5,4 bilhões, contempla apenas os caminhoneiros com Registro Nacional do Transportador Rodoviário de Carga (RNTRC);
  5. Cria benefício a ser pago para motoristas de táxi, ao custo fixado de R$ 2 bilhões;
  6. Compensa, ao custo de R$ 2 bilhões, estados que atenderem à gratuidade de idosos no transporte coletivo urbano.

Os R$ 3,35 bilhões restantes servirão para assegurar o atual regime especial e a diferenciação tributária do etanol, em comparação com a gasolina.

Impacto dos R$ 41 bilhões

Apesar de trazer um alívio ao bolso do consumidor diante de um contexto de inflação acentuada e aumento de preços, a proposta pode ocasionar um desequilíbrio e deve prejudicar a renda das famílias brasileiras a longo prazo.

O resultado de um rombo de R$ 41 bilhões aos cofres públicos é uma repercussão negativa no futuro, em função do processo de deterioração fiscal.

Entre as principais criticas, o primeiro ponto é que, para contornar a legislação eleitoral — que determina a proibição, em ano de eleições, de qualquer distribuição de bens, valores ou benefícios por parte da administração pública — foi estabelecido um estado de emergência. O que, na visão de especialistas, não se sustenta.

Do ponto de vista econômico, o Tribunal de Contas da União (TCU) abriu apuração sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), porque o projeto também fura o teto de gastos, previsto até 31 de dezembro deste ano.

A regra fiscal limita o aumento das despesas à variação da inflação no ano anterior. Por se tratar de um dispositivo previsto na Constituição, apenas uma a PEC pode ser usada como instrumento para alterá-lo.

O procurador Lucas Furtado avalia que a PEC vai comprometer o “equilíbrio fiscal e desrespeitar princípios elementares do direito financeiro e da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), em possível retrocesso para o país”.

A proposta em discussão prevê, ainda, que eventuais despesas extras com benefícios sociais em 2022 não serão contabilizadas no limite de teto de gastos, impedindo a regulação de outras regras fiscais que exigiriam, por exemplo, fontes de receita ou cortes de despesas para compensar o gasto extra.

Considerado um dos principais fatores de estabilidade econômica do país, desrespeitar os limites estabelecidos no teto é visto, pelos analistas, como um sinal de incerteza que resulta em maior volatilidade do câmbio e das taxas de juros do mercado financeiro.

Na prática, o cenário de desconfiança pode ocasionar uma desvalorização do real, e um potencial de elevação dos índices inflacionários.

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