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Em pronunciamento de 7 de setembro, Bolsonaro cita “sombra do comunismo”

Presidente falou em rede nacional de rádio e TV. Mais cedo, ele celebrou o feriado da Independência em cerimônia no Palácio da Alvorada

atualizado

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1 de 1 bolsoooo - Foto: Secom/Divulgação

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez nesta segunda-feira (7/9) pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão valorizando conceitos como a miscigenação do povo brasileiro e o “sangue derramado” em busca da liberdade. O fantasma do comunismo também esteve presente na curta fala em homenagem ao feriado de 7 de setembro.

Veja o pronunciamento completo:

Leia a íntegra do texto:

Boa noite.

Naquele histórico 7 de setembro de 1822, às margens do Ipiranga, o Brasil dizia ao mundo que nunca mais aceitaria ser submisso a qualquer outra nação e que os brasileiros jamais abririam mão da sua liberdade.

A identidade nacional começou a ser desenhada com a miscigenação entre índios, brancos e negros. Posteriormente, ondas de imigrantes se sucederam, trazendo esperanças que em suas terras haviam perdido.

Religiões, crenças, comportamentos e visões eram assimilados e respeitados.

O Brasil desenvolveu o senso de tolerância, os diferentes tornavam-se iguais. O legado dessa mistura é um conjunto de preciosidades culturais, étnicas e religiosas, que foram integradas aos costumes nacionais e orgulhosamente assumidas como brasileiras.

Passados quase dois séculos da Independência, nos quais enfrentou e superou inúmeros desafios, o Brasil consolidou sua posição no concerto das nações.

Ainda no século XIX, durante o período do Império, fomos invadidos e agredidos, derrotando a todos.

Já no século XX, durante a II Guerra Mundial, a Força Expedicionária Brasileira foi à Europa para ajudar o mundo a derrotar o nazismo e o fascismo.

Nos anos 60, quando a sombra do comunismo nos ameaçou, milhões de brasileiros, identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas, foram às ruas contra um país tomado pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada.

O sangue dos brasileiros sempre foi derramado por liberdade.

Vencemos ontem, estamos vencendo hoje e venceremos sempre.

No momento em que celebramos essa data tão especial, reitero, como Presidente da República, meu amor à Pátria e meu compromisso com a Constituição e com a preservação da soberania, democracia e liberdade, valores dos quais nosso País jamais abrirá mão.

A Independência do Brasil merece ser comemorada hoje, nos nossos lares e em nossos corações.

A Independência nos deu a liberdade para decidir nossos destinos e a usamos para escolher a democracia.

Formamos um povo que acredita poder fazer melhor.

Somos uma Nação temente a Deus, que respeita a família e que ama a sua Pátria.

Orgulho de ser brasileiro.

Presidente Jair Bolsonaro

Feriado diferente

Mais cedo, o presidente Bolsonaro (sem partido) participou de solenidade mais contida e sem desfile militar para comemorar o 198º aniversário da Independência do Brasil. Por causa da pandemia de coronavírus, o tradicional evento que costuma atrair milhares de  pessoas para a Esplanada dos Ministérios não ocorreu em 2020.

Sem máscara e acompanhado de crianças, Bolsonaro chegou à cerimônia no Rolls-Royce presidencial e cumprimentou apoiadores que se aglomeraram no Palácio da Alvorada.

A cerimônia foi encerrada com um show aéreo da Esquadrilha da Fumaça. Veja imagens:

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Apoio e protesto

Enquanto Bolsonaro participava dessa cerimônia restrita no Palácio da Alvorada, a Esplanada recebeu atos de apoio e de repúdio ao governo. Militantes bolsonaristas se reuniram entre o Museu da República e a Biblioteca Nacional. No gramado entre o Teatro Nacional e o Museu, integrantes das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo se juntaram ao Grito dos Excluídos para a realização de um ato cênico performático.

A ação, segundo organizadores, foi pela defesa da democracia brasileira e dos direitos e para denunciar retrocessos sociais, econômicos e ambientais no país. A manifestação durou aproximadamente uma hora. Logo depois, todos foram embora. Aqueles a favor de Bolsonaro também falaram em defesa da democracia e fizeram uma passeata até o Congresso Nacional.

Veja imagens do protesto contra o governo:

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