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Em lágrimas, Witzel diz: “Não deixei a magistratura para ser ladrão”

Governador afastado se defende do processo de impeachment perante o Tribunal Especial Misto da Justiça do Rio de Janeiro

atualizado

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Aline Massuca/Metrópoles
Wilson Witzel, governador do Rio afastado, em julgamento no Tribunal de Justiça
1 de 1 Wilson Witzel, governador do Rio afastado, em julgamento no Tribunal de Justiça - Foto: Aline Massuca/Metrópoles

Rio de Janeiro – Chorando e visivelmente emocionado, o governador do Rio de Janeiro afastado, Wilson Witzel (PSC), pediu a palavra antes de ser interrogado por desembargadores e deputados estaduais no Tribunal Especial Misto (TEM), na tarde desta quarta-feira (7/4).

“Não deixei a magistratura para ser ladrão. O que estão fazendo com a minha família, a minha mulher, é cruel”, afirmou, ao abrir seu discurso no processo de impeachment do Tribunal de Justiça do Rio.

Witzel se defendeu e alegou que tinha confiança em Edmar Santos, ex-secretário estadual de Saúde e principal delator no esquema de propina do estado do Rio.

“Quem pagou os R$ 8 milhões em propina para o Edmar, que foram encontrados com ele, foi o patrão dele, o Edson Torres [empresário, réu no processo]. Na versão do Edmar, eu determinava a OS [Organização Social] X , a OS Y. Ele tinha um patrão que pagou R$ 18 milhões de propina. Ele não devia obediência a mim. Era impossível saber. Só soube depois da investigação da Polícia Federal e da Polícia Civil “, contou.

“Terceiros pediram dinheiro em meu nome. Fizeram duas buscas e apreensões na minha casa e acharam somente bijuterias. O processo de impeachment é doloroso”, seguiu Witzel.

A defesa do governador do Rio afastado tentou adiar o julgamento por duas vezes.

Depoimento do delator Edmar Santos

Na manhã e no início da tarde desta quarta-feira (7/4), o ex-secretário Edmar Santos respondeu as perguntas do governador afastado, de deputados e desembargadores do TJRJ. Só com Witzel, o médico ficou 1 hora e 40 minutos entre réplicas e tréplicas.

Edmar Santos afirmou que, em duas ocasiões, avisou a Witzel sobre o esquema de propina envolvendo o pastor Everaldo.

“Todas as OS [organizações sociais] são comprometidas com propinas. Avisei ao senhor duas vezes que o pastor Everaldo e o Edson Torres estavam passando dos limites, o que comprometeria o funcionamento dos hospitais”, afirmou Edmar.

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Edmar contou ainda que Witzel determinou repasse de R$ 21 milhões para Volta Redonda, e de R$ 16 milhões para Barra Mansa, ambas cidades do sul Fluminense, para atender interesses de Gothardo Netto (ex-prefeito de Volta Redonda, preso em agosto do ano passado).

Vídeo: Witzel explica o que o levou a destituir sua defesa horas antes do julgamento:

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