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Simone Tebet comemora apoio do PSDB à candidatura: “Estamos prontos”

Mais cedo, tucanos oficializaram apoio da legenda à candidatura da emedebista para presidente da República

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Coletiva de Imprensa da Senadora Simone Tebet, pré-candidata à Presidência da República pelo MDB. Ela tem cabelo escuro e longo, é branca e usa blazer, olhando pro lado em frente a banner azul - Metrópoles
1 de 1 Coletiva de Imprensa da Senadora Simone Tebet, pré-candidata à Presidência da República pelo MDB. Ela tem cabelo escuro e longo, é branca e usa blazer, olhando pro lado em frente a banner azul - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A pré-candidata do MDB à Presidência da República, Simone Tebet, comemorou a decisão do PSDB de apoiá-la na disputa ao Palácio do Planalto. O apoio tucano à emedebista foi anunciado, nesta quinta-feira (9/6), após reunião da executiva do partido, em Brasília.

Simone afirmou que a união entre MDB e PSDB “é um reencontro do centro democrático não agendado pela história, mas exigido por ela”. “No passado, democracia, cidadania, justiça social. Hoje, pelos mesmos valores e com a mesma urgência, unimos forças por um Brasil sem fome e sem miséria”, defendeu.

“Sabemos da responsabilidade. Estamos prontos. Com coragem e amor, vamos reconstruir o Brasil. Recebo com alegria e imensa honra o apoio do PSDB à nossa candidatura”, prosseguiu a candidata da chamada terceira via nas redes sociais.

A reunião

A reunião que decidiu o apoio tucano à emedebista esteve longe de ser rápida e consensual. O encontro, que durou quase cinco horas e sob clima bastante tenso, oficializou a aliança entre os partidos que buscam lançar um nome alternativo a Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) nas eleições.

Foram 39 votos pela aliança, 6 contra e uma abstenção. O placar inclui os votos computados entre membros da executiva, e das bancadas do Senado e da Câmara. “Obviamente esse resultado já dá um sinal do caminho que o PSDB vai tomar”, disse Araújo, após a reunião.

Também já ficou decidido que o partido vai indicar um candidato a vice, na chapa de Simone. O nome mais cotado é o do senador Tasso Jereissatti (CE).

“Nós vamos oferecer o que temos de melhor ao Brasil. Um nome que possa colaborar com essa caminhada com Simone Tebet”, disse Araújo.

Bruno Araújo ainda informou que confia no acordo a ser fechado para lançar o nome de Eduardo Leite ao governo do Rio Grande do Sul. Para isso, é necessário agora que o MDB anuncie apoio ao ex-governador, que hoje figura como nome favorito nas pesquisas de intenção de voto.

Dissidências

A decisão não foi unânime. Apesar de a maior parte da cúpula do partido apontar para a coligação com o MDB no plano nacional, lideranças importantes da legenda ainda insistem em uma candidatura própria tucana e defendem o nome do ex-governador do Rio Grande do Sul – que perdeu as prévias para João Doria (SP) – como cabeça de chapa.

Votaram contra o apoio a Tebet os deputados federais Aécio Neves, Alexandre Frota, Paulo Abi-Ackel, Eduardo Barbosa e Rossoni, e o senador Plinio Valério. O ex-deputado Nelson Marchezan Júnior se absteve.

O ex-governador de Goiás Marconi Perillo saiu do encontro se dizendo “broxado” com o rumo da reunião. “Desde 1986 eu não digito outro número nas urnas a não ser 45”, disse o tucano.

No encontro, Perillo ainda colocou um desafio aos seus colegas de partido: o de perguntar ao próprio Eduardo Leite se ele aceitaria a tarefa de encarnar uma candidatura tucana ao Planalto.

Perillo alega que Leite só não disse que aceitaria porque não foi feita a pergunta a ele.

“Alguns de nós continuamos a defender a candidatura própria. E não é difícil fazer a defesa dessa tese. Nós temos excelentes nomes. O Eduardo Leite foi o segundo colocado na prévia, com votação muito boa, muito expressiva. Perdeu para o Doria por pouco”, insiste o ex-governador goiano.

“Com a desistência do governador Doria, o nome natural para ser candidato a presidente é Eduardo Leite”, defendeu. “A minha proposição é de que o partido inteiro convide ou convoque Leite pra ser o nosso candidato. Eu tenho certeza de que se houver uma convocação o governador diria que aceita ser candidato a presidente pelo PSDB.”

Cenário polarizado

O deputado federal Aécio Neves (MG), que foi candidato a presidente pelos tucanos em 2014, também saiu da reunião frustrado. “Neste momento, eu não vou mais tensionar essa questão. O que me preocupa é que o PSDB não tenha para entregar aquilo que eventualmente entregaria”, disse o mineiro.

“O PSDB terá enorme dificuldade de caminhar com a candidatura do MDB (caso apoie Simone). Tenho enorme respeito pela senadora Simone Tebet, um dos melhores quadros da política brasileira. Mas eu continuo entendendo que, pelo papel que o PSDB já exerce na política brasileira, sobretudo em razão da polarização que nós vamos assistir nessas eleições, para o país, que seria necessário que o PSDB tivesse uma candidatura própria para sinalizar para o futuro, o que eu chamaria de uma certa reinstitucionalização da política”, disse o mineiro.

Também compartilharam dessa visão o ex-deputado Marcos Pestana (MG) e o ex-senador José Aníbal (SP), entre outros.

Estiveram presidentes o secretário-geral, Beto Pereira, o líder do PSDB no Senado, Izalci Lucas, além de Pedro Vilela (AL), Paulo Abi-Ackel (MG), Nilson Pinto (PA), Aécio Neves (MG), José Aníbal (SP), Eduardo Azeredo (MG), Thelma de Oliveira (PSDB-Mulher), Gabriela Cruz (Tucanafro), Edgar de Souza (Diversidade Tucana), Sérgio Ballaban, Moema São Thiago e Marcus Pestana (MG).

Participaram de forma remota o senador Tasso Jereissati, o líder dos tucanos na Câmara, Adolfo Viana (BA), Nelson Marchezan Júnior (RS), o tesoureiro do pardido, Cesar Gontijo (MG), Samuel Moreira, Vanderley Macris (SP), a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, o prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira, Júlia Jereissati, Mara Gabrilli, Eduardo Cury, Eduardo Barbosa, Joyce Hasselman, o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando,  Marco Vinholi, Fernando Alfredo, e Manoela Imbassahy.

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