O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT ao Palácio do Planalto, se reunirá na manhã desta terça-feira (22/2) com o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) para tentar uma definição sobre a chapa no campo da esquerda que irá concorrer ao governo de São Paulo.
Lula tem defendido a candidatura do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. O PSB não abre mão da candidatura de França e aponta o estado como prioritário na lista de exigências apresentada ao PT como condição para a formação de uma federação pró-Lula.
Negociações para federação
A entrada do ex-presidente nas negociações tem o objetivo de desfazer o impasse que tem impactado as conversas para a formação de uma federação entre PT, PSB, PCdoB e PV em torno do projeto de levar Lula ao Planalto.
A candidatura em São Paulo é o principal impasse entre as duas legendas. Neste contexto, até o ex-tucano Geraldo Alckmin, cotado como vice na chapa de Lula, já tentou se colocar como negociador, no entanto, não houve avanço.
Uma das ofertas do PT ao PSB é que França possa disputar uma vaga ao Senado com o apoio de Lula. No entanto, essa oferta não soa bem para os ouvidos do socialista. Isso porque, neste ano, a eleição para o Senado só elegerá um representante, ou seja, será muito mais disputada. França teria, assim, dificuldades em se eleger. Resta ainda na mesa de negociação a vaga de candidato a vice-governador, que poderá ser oferecida pelo petista.
Acordo em Pernambuco
Nesta segunda (21/2), como parte do acordo para a composição da federação, o deputado federal Danilo Cabral (PSB) lançou oficialmente seu nome ao governo de Pernambuco. Nesse caso, em nome de se criar a federação, o PT desistiu de lançar o nome do senador Humberto Costa, que se apresentava como favorito nas pesquisas.
O evento de lançamento da candidatura de Cabral contou com a presença de Costa e da presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffmann (PR), que participou de forma on-line.
Ainda restam outros estados para serem conversados, entre eles o Espírito Santo, onde rivalizam o atual governador, Renato Casagrande, e o senador Fabiano Contarato; e Rio Grande do Sul, onde o ex-deputado Beto Albuquerque busca o apoio do PT para se lançar ao governo.

Lula se reúne para definir política sobre combustíveisRicardo Stuckert/PT

França diz que tem mais chances de herdar votos de Geraldo Alckmin em São Paulo, e não quer retirar sua candidatura.Rafaela Felicciano/Metrópoles

Márcio França, presidente da Fundação João Mangabeira, após reunião no PSBRafaela Felicciano/Metrópoles

Márcio França é filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB)Fernanda Luz/Divulgação

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Márcio França vota em SP e faz gesto alusivo ao seu número de urnaFernanda Luz/Divulgação

Márcio França (PSB)Rafaela Felicciano/Metrópoles

Márcio França (PSB) foi governador de São Paulo, de 2018 até 2019.Rafaela Felicciano/ Metrópoles

Fernando Haddad deve disputar o governo de São Paulo pelo PT.Fábio Vieira/Metrópoles

No plano nacional, PSB e PT tentam formar uma federação. Impasse em SP poderá comprometer acordo. Rafaela Felicciano/Metrópoles

O petista Fernando Haddad já respondeu por suposta improbidade administrativa cometida enquanto prefeito de São Paulo e por 32 outros processos. No entanto, por falta de provas, Haddad nunca foi condenado. Atualmente, o ex-prefeito é um dos nomes cotados para concorrer ao governo de São Paulo nas eleiçõesRafaela Felicciano/Metrópoles

Ex-prefeito Fernando HaddadRicardo Stuckert/Divulgação

Petista aparece na frente de Bolsonaro (PL) tanto na espontânea, quanto na estimuladaFábio Vieira/Metrópoles

PT decide não lançar candidatura em Pernambuco e apoiar Danilo Costa, do PSBRicardo Stuckert/PT

Após três ações arquivadas, uma rejeitada, cinco que deverão ser reiniciadas ou mudaram de local de tramitação, o ex-presidente Lula ainda segue respondendo na Justiça. Apesar disso, o petista se tornou elegível e se movimenta para enfrentar os principais adversários na corrida presidencialFábio Vieira/Metrópoles