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Em evento com apagões, União Brasil lança Luciano Bivar à Presidência

O evento foi marcado pela presença de outros nomes que chegaram a ser cotados para a disputa, como Sergio Moro e Henrique Mandetta

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Luciano Bivar faz "V" de vitoria durante Evento de lançamento da pré-candidatura à Presidência da República
1 de 1 Luciano Bivar faz "V" de vitoria durante Evento de lançamento da pré-candidatura à Presidência da República - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O União Brasil lançou, nesta terça-feira (31/5), o nome do deputado federal Luciano Bivar (PE) como pré-candidato à Presidência da República. A candidatura de Bivar ocorre depois de o deputado deixar o campo da chamada terceira via para apostar em um palanque próprio.

A solenidade foi marcada por apagões no auditório e contou com a presença de ex-presidenciáveis, como o ex-juiz Sergio Moro e o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, ambos ex-ministros de Bolsonaro que romperam com o atual presidente.

A candidatura apresentou como principal proposta a criação de um imposto único. “Temos uma alternativa para mudar o Brasil: o imposto único”, disse Bivar ao discursar. Durante a semana, o próprio Bivar disse que poderia se unir a uma candidatura da 3ª via, caso o imposto único seja incorporado ao programa de governo.

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O pré-candidato, no entanto, ressaltou a necessidade de se colocar a candidatura como forma de consolidar a união do DEM e do PSL, que se juntaram formando o União Brasil.

“Nossas comissões executivas entenderam que era imperioso apresentar um candidato nessas eleições de outubro. Seria uma covardia um partido do tamanho do nosso deixar de apresentar um candidato. Seria um choque duro demais. Seria interromper a união das duas grandes legendas”, justificou Bivar que adotou um discurso de repulsa à polarização.

“Eu não acho justo que os brasileiros vivam espremidos entre uma ameça autoritária e outra populista. Não admito. Certamente, se eu não fosse presidente desse partido, não aceitaria esse desafio, mas tenho conciencia das obrigações que esse cargo me impõe”, destacou.

Futebol

O partido de Bivar, resultante da fusão do DEM e do PSL, no entanto, não rompe com o bolsonarismo, visto que seus filiados, apesar de candidatura própria e da contraposição à polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o pré-candidato petista, Luiz Inácio Lula da Silva, estão liberados nos estados para apoiarem no primeiro turno o atual presidente.

Apesar disso, o jingle apresentado para a campanha remeteu a candidatura ao campo político de centro. Um samba, fazendo analogia ao futebol, defende que o país deve ser governado pelo “meio de campo”. “Se o Brasil quer de melhorar, deixa o meio de campo jogar”, diz a música.

A senadora Soraya Thronicke (MS), presidente do União Brasil Mulher, usou a analogia do futebol. A bolsonarista apontou que o Brasil precisa “mudar de técnico”.

“Realmente chegamos em um momento que sera necessário trocar o técnico. Um técnico não precisar tentar ser a estrela do time. Ele precisa ser simplesmente um grande técnico”, disse a senadora. Ela também saiu em apoio a Moro, que deve se candidatar ao Senado, por São Paulo, afirmando que não acreditava que veria corruptos “passeando pelo campo livremente”, referindo-se às investigações do ex-juiz sobre Lula.

“O momento é agora, vamos entrar em campo com time completo para trazer de volta a esperança do povo brasileiro”, disse a senadora.

 

Mesa de ex-ministros

Na mesa de autoridades, estiveram nomes como o de Moro e Mandetta, ex-ministros do governo de Bolsonaro e que também já tiveram seus nomes cotados para a corrida ao Planalto, no entanto, suas candidaturas não prosperaram.

Também estiveram presentes ex-ministros do governo de Michel Temer, como Mendonça Filho, que comandou a Educação e Fernando Coelho Filhos, que esteve a frente da pasta de Ciência e Tecnologia. Outra presença foi a do governador de Goiás e candidato à reeleição, Ronaldo Caiado.

“Revolução de 1964”

Bivar foi elogiado pela coragem de “romper com o presidente da República”, Jair Bolsonaro, que se elegeu filiado ao antigo PSL, na época, comandado pelo deputado. Esse “elogio” esteve na fala do líder do DEM na Câmara, Elmar Nascimento (BA) e do ex-senador Agripino Maia (RN).

“Precisamos sair da polarização, que não traz nada de bom ao país. Os brasileiros não querem o Brasil da cultura do ódio e da corrupção. Temos que oferecer uma perspectiva melhor. Bivar é o nome que nos representa e que agrega”, disse Nascimento.

Agripino ainda se refeiu ao golpe de 1964, que instaurou a ditadura militar no país, como uma “revolução” ao dizer que ele também teve a coragem de romper. “Eu era ligado à revolução de 1964, e rompi com meu partido para pedir eleições diretas para Presidência da República”, exemplificou.

O ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre, elogiou a fala de Agripino. “Fez uma bela fala sobre a história do Brasil”.

“Luciano Bivar representa a unidade, uma agenda propositiva, sem qualquer vaidade. Temos hoje a oportunidade de apresentar um novo caminho, mostrar as propostas do União Brasil para melhorar a vida dos brasileiros”, disse Alcolumbre.

 

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