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Com caciques do Centrão, Bolsonaro lança candidatura à reeleição no RJ

A convenção do PL que oficializará Bolsonaro como candidato à reeleição apresenta um cenário muito diferente do de 2018. Veja comparações

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Bolsonaro e seu candidato a vice, general Braga NettoBolsonaro e seu candidato a vice, general Braga Netto
1 de 1 Bolsonaro e seu candidato a vice, general Braga NettoBolsonaro e seu candidato a vice, general Braga Netto - Foto: Igo Estrela/Metropoles

O Partido Liberal (PL) lança, neste domingo (24/7), a candidatura à reeleição de Jair Bolsonaro para presidente da República com partidos aliados, vereadores, prefeitos, deputados, senadores, governadores, ministros e presidentes de legenda.

A convenção deste domingo vai exibir uma fotografia bastante diferente da registrada em 2018, quando Bolsonaro ainda estava filiado ao PSL e se apresentava como um candidato outsider (de fora do sistema), mesmo após ter passado 28 anos como deputado federal.

Bolsonaro chega à convenção com expectativa de crescimento nos levantamentos de intenção de voto. A vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem reduzindo nos três maiores colégios eleitorais do país (Minas, Rio e São Paulo) entre os meses de março e julho, como mostra compilado das pesquisas Genial/Quaest.

O postulante que chega a 2022 é “muito mais experiente”, classificou o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), em entrevista ao SBT News na última quinta-feira (21/7). Nogueira é um experimentado político do Centrão, bloco que Bolsonaro atacava na última campanha, mas ao qual se fidelizou a partir de 2020.

“Vejo, às vezes, como a travessia de um navio, que enfrentou tempestades, enfrentou turbulências, pessoas caíram no mar (nós perdemos na pandemia), mas nós chegamos ao porto. O navio está avariado, nós temos que cuidar, mas eu tenho certeza de que a próxima viagem vai ser muito mais tranquila, porque o nosso capitão segurou firme no leme, com todas as dificuldades. É hoje uma pessoa muito mais experiente, para que a gente possa fazer uma viagem nos próximos quatro anos muito mais tranquila”, pontuou Nogueira.

O presidente licenciado do PP não é o único na lista de novos aliados de Bolsonaro. Depois de ter classificado o grupo de “escória” e de “o que há de pior no Brasil”, o chefe do Executivo nacional contará com os apoios de PP, PTB e Republicanos. Acordos com outras siglas ainda são negociados.

Entre os caciques que devem marcar presença no ato deste domingo, estão: Valdemar Costa Neto, presidente do PL, legenda à qual Bolsonaro se filiou em novembro do ano passado; Ciro Nogueira, presidente licenciado do PP; e Marcos Pereira, presidente do Republicanos. A bancada evangélica também deve participar, com o presidente Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e pastores.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não confirmou se irá ao evento. Ele esteve na filiação do titular do Planalto ao PL, em novembro de 2021, em Brasília (DF).

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No último pleito, algumas das siglas que agora devem estar com Bolsonaro compuseram a coligação de Alckmin. A ampliação do arco de alianças é considerável, visto que em 2018 o presidente contava apenas com o PRTB, do vice Hamilton Mourão.

Essa coligação vai garantir que Bolsonaro salte dos oito segundos a que tinha direito no horário eleitoral em rádio e TV para alguns minutos em 2022, o que vai render grande exposição em cadeia nacional, outrora menosprezada por bolsonaristas. A divisão do tempo do horário eleitoral gratuito será definida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apenas em agosto.

No primeiro turno, a propaganda será veiculada de 26 de agosto a 29 de setembro. Em caso de segundo turno, a transmissão ocorrerá entre 7 e 28 de outubro.

Para fins de comparação, em 2018 o então tucano Geraldo Alckmin (hoje no PSB e candidato a vice de Lula) tinha 5 minutos e 32 segundos. Os oito segundos de Bolsonaro eram os mesmos de outros candidatos nanicos, como Cabo Daciolo (então no Patriota) e Eymael (DC).

Para compensar, Bolsonaro passou a investir de forma volumosa nas redes sociais, aposta que se manteve ao longo de todo o mandato e que deve se perpetuar em 2022, mas com um foco mais profissionalizado.

Centrão, militares, evangélicos e família

Enquanto se aproximou do Centrão, o presidente se afastou de políticos que estavam com ele em 2018, em especial de uma ala mais centrista do antigo PSL (o partido recentemente se fundiu com o DEM e deu origem ao União Brasil). Entre os ex-aliados, estão os deputados Junior Bozzella, Julian Lemos, Alexandre Frota e Joice Hasselmann, por exemplo.

A advogada Janaína Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), também se afastou paulatinamente do presidente ao longo do mandato. Apesar de ainda defendê-lo, ela está longe do lugar de destaque que teve no último pleito, quando foi cotada para a vaga de vice.

Os militares e os segmentos evangélicos e católico seguem fiéis a Bolsonaro. Das Forças Armadas, o general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), é uma das figuras mais leais ao presidente — ele está no governo desde a transição iniciada após as eleições. Outros nomes fortes do generalato são o provável vice, general Walter Braga Netto, e o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos.

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Recursos

Em 2018, bolsonaristas pregavam: Ele não tem a mídia, ele não tem dinheiro, ele não tem o Centrão, mas ele tem o povo”. O PSL contava com parcos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o Fundo Eleitoral. Eram R$ 9,2 milhões (0,53% do total).

Já em 2022, o partido do presidente (PL) vai receber cerca de R$ 286,7 milhões (5,78% do total) do Fundo Eleitoral. Para comparação, o União Brasil deve ficar com R$ 776,5 milhões (15,65% do total), segundo o TSE.

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