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MEC está “distante” das metas do PNE para educação superior

Segundo o governo federal, quase 40% da população de 18 a 24 anos concluiu o ensino médio e não frequenta a universidade

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
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1 de 1 Rafaela Felicciano/Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Censo da Educação Superior de 2018 confirmou um panorama preocupante para o Ministério da Educação (MEC): o governo está distante das metas projetadas pelo Plano Nacional de Educação (PNE) para o ensino superior no Brasil.

Entre os destaques divulgados nesta quinta-feira (19/09/2019) está que a taxa de eficiência é ruim em todos os recortes ou áreas e cursos. Para se ter ideia da gravidade da situação, quase metade dos estudantes que ingressam no ensino superior  não concluem a graduação.

Em 2014, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) sancionou, após a aprovação do Congresso Nacional, o PNE, com vigência de 10 anos. Entre as principais metas estão a erradicação do analfabetismo, a universalização do atendimento escolar e a superação das desigualdades educacionais.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) aponta duas metas que enfrentam problemas. São as propostas 8 e 12.

A primeira promete elevar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 anos de estudo no último ano de vigência do PNE para as populações do campo – região de menor escolaridade no país e dos 25% mais pobres – e igualar a escolaridade média entre negros e não negros.

A outra prevê a elevação da taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurando a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas matrículas, no segmento público.

O mais recente panorama do Censo mostra que apenas 9,7% da população mais pobre de 18 a 29 anos está cursando curso superior. O índice para pretos e pardos alcança apenas 10,9%.

O Brasil está atrás de países como México, Chile, Colômbia, Argentina, Portugal, Espanha, França, Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Canadá, Rússia e Coreia do Sul quando se avalia o percentual da população com educação superior com a faixa etária de 25 a 34 anos. Apensas 19,6% possui diploma.

Segundo o governo federal, quase 40% da população de 18 a 24 anos concluiu o ensino médio e não frequenta a universidade. Neste universo, apenas 21,7% frequenta algum curso superior.

O país, segundo o Inep, tem atualmente 2,5 mil universidades e faculdades e mais de 8,4 milhões de alunos. As instituições privadas ainda são a principal fonte de ensino superior no país.

Críticas do ministro
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, participou da apresentação por poucos minutos. Ele reclamou do grau de desistência dos alunos que entram no ensino superior. Em média, só um terço dos alunos termina o curso no número de semestres previsto. Metade dos matriculados abandona a faculdade sem concluir o curso.

“Qualquer atividade econômica tem que ter critérios de eficiência. A gente é muito ineficiente no Brasil, sendo que há um elevado grau também de pessoas que ficam muito mais tempo que o previsto. A conclusão é que, se a gente reduzisse essa ineficiência, a gente conseguiria dobrar o número de pessoas com ensino superior”, criticou.

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