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Mercado vê saldo fiscal em 2021 “muito acima” do esperado

O bom resultado será embalado por dois fatores: um déficit público menor do que se projetava e uma receita recorde

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Um real 1 – Moeda – Economia – Inflação – Queda – Bolsa de Valores – Valor
1 de 1 Um real 1 – Moeda – Economia – Inflação – Queda – Bolsa de Valores – Valor - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Ao contrário do que esperava o mercado brasileiro em janeiro de 2021, o saldo fiscal do país no ano ficou “bastante” acima das expectativas, dizem analistas, enquanto aguardam a publicação dos números finais do desempenho do país.

O bom resultado esperado para esse fechamento será embalado por dois fatores: um déficit público menor do que se projetava, e uma receita recorde. Os números ainda vão ser revelados nas próximas semanas, mas já se sabe que as previsões anteriores do mercado, que apontavam um país à beira da insolvência, não se concretizaram.

O déficit público ocorre quando o valor das despesas de um governo é maior que as suas receitas. Em janeiro de 2021, acreditava-se que esse déficit seria próximo a R$ 100 bi. As novas previsões, entretanto, indicam valor considerado bastante inferior: R$ 70 bi.

A receita pública, explicada pela soma total de impostos, taxas, contribuições e outras fontes de recursos, acumulou nos 11 primeiros meses de 2021 R$ 1,764 trilhão (em valores corrigidos pela inflação), o que representa alta real de 18,13% na comparação com o mesmo período de 2020 (R$ 1,493 trilhão).

Os números da Receita Federal mostram que essa foi a maior arrecadação, para o período de janeiro a novembro, de toda a série histórica, iniciada em 1995.

Analistas ressaltam, entretanto, que esse fenômeno é uma consequência da crise causada pela pandemia da Covid-19. “A receita subiu porque a inflação subiu”, explica o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito. “Mas por outro lado é preciso reconhecer que Guedes segurou os gastos onde pôde”, ressaltou.

O colapso do sistema de saúde causado pela pandemia, em 2020, também fez alterar a base de comparação de 2021. Isso significa que o ano passado não foi próspero economicamente, mas um ano de recuperação em relação às grandes perdas de 2020.

“O Produto Interno Bruto (PIB) está estagnado desde muito [fevereiro de 2016]. O nosso grande drama é arranjar um jeito de fazer a economia crescer normalmente”, avalia o economista Raul Velloso, ex-secretário de Assuntos Econômicos do Ministério de Planejamento do governo de José Sarney.

No gráfico abaixo, é possível ver essa paralisação do crescimento econômico, ao longo dos anos, por meio da prévia do PIB, indicada pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR). O índice é medido por pontuação, definida pelo BC a partir de estimativas sobre o rendimento da indústria, agropecuária e serviços em determinado período. Quanto mais alto for número do IBC-Br, melhor está o ritmo da economia brasileira.

IBC-Br (2019 a 2021)
IBC-Br (2004 a 2021)

Apesar disso, Velloso admite que o PIB cresceu mais que o esperado. Segundo a média das previsões divulgadas pelo Boletim Focus do Banco Central, a perspectiva de crescimento de 2021 ficou em 4,5%. Em janeiro de 2021, a expectativa de crescimento era de 3,45%.

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