Apesar da estabilidade apontada na taxada de desocupação no terceiro trimestre deste ano, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral mostra que 27,2% (ou 2,6 milhões) dos desempregados no país estão há dois ou mais tempo sem uma ocupação. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quinta-feira (17/11).
No recorte temporal da pesquisa, 16,6% dos desocupados buscavam por trabalho há menos de um mês e outros 44,5% buscavam de um mês a menos de um ano.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o termo desemprego é definido como “a condição de pessoas que se encontram, atualmente, sem emprego formal, mas que estão em busca ou dispostas a aceitar um trabalho caso surja a oportunidade”Vinícius Schmidt/Metrópoles

Seguindo a mesma lógica, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) declara ainda que “não ter um emprego não é o equivalente a não ter um trabalho ou uma ocupação. Por essa razão, não se consideram para o cálculo estudantes, donas de casa e empreendedores”Rafaela Felicciano/Metrópoles

Existem inúmeros motivos que podem ocasionar o desemprego. No Brasil, por exemplo, a causa pode estar vinculada a crise econômica, baixa qualificação dos candidatos, transformações na base produtiva do país, baixa escolaridade, migração do campo para a cidade, crises políticas, falta de investimento social, entre outrosSteve Prezant/ Getty Images

A classificação do desemprego segue quatro tipos identificados a partir de suas causas. São eles: desemprego natural, estrutural, conjuntural e sazonalBlasius Erlinger/ Getty Images

O termo desemprego natural refere-se a condição momentânea e ocasionada por demissão, troca de emprego ou pela recente inserção no mercado de trabalho, no caso de pessoas que estão em busca do primeiro empregoRUNSTUDIO/ Getty Images

Desemprego estrutural tem como causa avanços tecnológicos e a inclusão de novos formatos de produção derivados desse processo. Já o desemprego conjuntural é aquele causado por crises politicas e/ou econômicas que se desencadeiam em escala regional, nacional ou globalPeter Dazeley/ Getty Images

Desemprego sazonal refere-se à condição que se repete periodicamente, ou seja, temporária, e que está relacionada ao setor de serviços, como turismo, por exemploReprodução/Agência Brasil

No país, a metodologia utilizada pelo IBGE para realizar o levantamento da taxa de desemprego é denominada Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNADHugo Barreto/Metrópoles

Segundo a OIT, o cálculo deve excluir as pessoas que se encontram em trabalhos informais ou ainda aqueles que desistiram de procurar um, mesmo estando em condições para tal. Por essas razões, ainda segundo a organização, as estatísticas do desemprego podem ser subestimadasPeter Dazeley/ Getty Images

Entre as principais consequências do desemprego estão: aumento da pobreza, aumento da violência, crescimento do índice de criminalidade e a obvia redução (ou ausência) da renda familiar, que ocasiona a fome, por exemplo. Além do aumento do trabalho infantil, do subemprego, aumento de problemas psicológicos e físicosYellow Dog Productions/ Getty Images

Segundo a OIT, todas essas consequências impactam negativamente na economia e no desenvolvimento social de uma naçãoRafaela Felicciano/Metrópoles
O tempo coincide com as crises que o país atravessou como a pandemia de covid-19 e a guerra na Europa, que vem travando o crescimento. Além disso, o Banco Central (BC) vinha falando sobre a recuperação desigual entre os setores afetados pela calamidade.
Diante das dificuldades de recolocação no mercado de trabalho, a Pnad mostrou ainda que o percentual de empregados com carteira assinada no setor privado foi de 73,3% no trimestre. A população ocupada que trabalha por conta própria foi de 25,9%. A taxa de informalidade foi de 39,4% da população ocupada.