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Guardia: temos que trabalhar em condições para queda de juros

“Mas o nível de atividade está em expansão, o crescimento não é isolado. Essa é notícia boa”, disse o ministro

atualizado

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Beto Barata/PR
Eduardo Guardia
1 de 1 Eduardo Guardia - Foto: Beto Barata/PR

O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, disse nesta quinta-feira (19/4) que a “a responsabilidade de redução de juros é do Banco Central [BC]” e o governo trabalha para viabilizar as condições necessárias para o BC dar sequência ao processo de queda da taxa Selic. “Neste sentido, precisamos avançar nas reformas, ter situação fiscal equilibrada e elevar produtividade”, apontou.

Segundo o ministro, caso o processo de realização de reformas, sobretudo as fiscais, seja paralisado, o país corre o risco de retrocesso de conquistas como a volta do crescimento do PIB, depois de profunda recessão. “Mas o nível de atividade está em expansão, o crescimento não é isolado. Essa é notícia boa”, comentou.

Ainda de acordo com o ministro, o regime de câmbio no Brasil é flutuante e, assim, ele não pode antecipar a tendência deste preço relativo. “Podemos dizer que a economia passou por processo de ajuste, com resgate da confiança”, afirmou.

O ministro detalhou sua participação em encontros do Fundo Monetário Internacional (FMI), inclusive de reunião envolvendo autoridades do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que formam o acrônimo BRICS, na qual foram tratados temas de cooperação em Parceiras Público-Privadas (PPPs) e gestão dos bancos centrais.

“Também tivemos uma reunião com ministros da Fazenda de vários países, incluindo EUA, sobre a Venezuela”, disse. “Há preocupação de todos os países com a questão humanitária na Venezuela, que hoje tem o maior fluxo migratório do mundo. Precisamos continuar a monitorar a situação do país”, destacou. Guardia fez os comentários para jornalistas em meio à sua jornada de reuniões no encontro do FMI, em Washington (EUA).

Eletrobras
O ministro também falou sobre o processo de privatização da Eletrobras. A expectativa do governo, informou, é que o processo envolva a movimentação de cerca de R$ 12 bilhões. Parte dos recursos será dedicada à descotização. Com isso, explicou o ministro, as usinas poderão deixar o regime de cotas, no qual o preço da energia está vinculado a um nível baixo, e passar a vender a valores de mercado, com o pagamento de um bônus ao Tesouro Nacional.

Guardia destacou, por outro lado, que, caso o governo não obtenha os recursos esperados com a venda da estatal, não será necessário fazer nenhum ajuste nas contas públicas, dado que essa possibilidade já estava contemplada nos cálculos do Orçamento pelo Poder Executivo. “O governo atua com três regras fiscais: meta de resultado primário, teto de despesas e a regra de ouro”, ressaltou.

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