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Governo tem rombo de R$ 126 bilhões em maio, pior resultado já registrado

De acordo com o Tesouro Nacional, projeção atual para o rombo em 2020 é de R$ 676 bilhões, equivalente a 9,5% do PIB

atualizado

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Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo
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1 de 1 bovespa - Foto: Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo

Em meio ao enfrentamento da pandemia de Covid-19, o caixa do Governo Central registrou um déficit primário de R$ 126,609 bilhões em maio, o pior desempenho da série histórica – iniciada em 1997 – para qualquer mês.

O resultado, que reúne as contas do Tesouro Nacional, da Previdência Social e do Banco Central, sucede o déficit de R$ 92,902 bilhões de abril, que havia sido recorde negativo. Em maio de 2019, o resultado tinha sido deficitário em R$ 14,743 bilhões.

O resultado de maio ficou um pouco melhor que a média das expectativas do mercado financeiro, que apontava um déficit de R$ 131,4 bilhões em maio, de acordo com levantamento do Projeções Broadcast junto a 21 instituições financeiras. O dado do mês passado ficou dentro do intervalo das estimativas, que eram de déficit de R$ 173,0 bilhões a R$ 108 bilhões.

Com as medidas de isolamento social impostas por governos estaduais e municipais desde o fim de março para conter o avanço do novo coronavírus e a decorrente paralisação de parte da economia, o resultado de maio trouxe queda real de 36,9% nas receitas em relação a igual mês do ano passado.

As despesas tiveram alta real de 68% em maio na comparação com o mesmo mês de 2019. De acordo com o Tesouro, os gastos referentes ao enfrentamento da crise da Covid-19 somaram R$ 53,4 bilhões no mês passado. No acumulado até maio, essas despesas somaram R$ 113,8 bilhões.

No acumulado dos primeiros cinco meses do ano, o resultado primário é deficitário em R$ 222,468 bilhões, o pior desempenho para o período em toda a série histórica. Em relação aos cinco primeiros meses de 2019, há queda de 14,2% nas receitas e avanço de 20,8% nas despesas.

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De acordo com o Tesouro, a projeção atual para o rombo do Governo Central em 2020 é de R$ 676 bilhões, equivalentes a 9,5% do PIB. No entanto, se houver renovação de algum dos programas ou perda adicional de arrecadação, o déficit primário do Governo Central poderá chegar a R$ 800 bilhões”, alertou o órgão.

Em 12 meses, o governo central apresenta um déficit de R$ 300,5 bilhões – equivalente a 4,14% do PIB. A meta fiscal para este ano admitia um déficit de até R$ 124 bilhões nas contas do Governo Central, mas a aprovação pelo Congresso do decreto de calamidade pública para o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus na prática autoriza o governo a descumprir essa meta em 2020. Em 2019, o rombo do Governo Central ficou em R$ 95,065 bilhões.

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