Focus: mercado reduz projeção da inflação para 5,88% neste ano
Projeção dos analistas se manteve praticamente estável nesta semana à espera de novos índices. Expectativa do PIB também cresceu
atualizado

O Boletim Focus desta segunda-feira (26/9) cortou, pela 13ª vez, a estimativa para a inflação do país neste ano, de 6% para 5,88%. A projeção consta no relatório elaborado pelo Banco Central (BC), que ouve semanalmente agentes financeiros e colhe impressões sobre os principais indicadores econômicos.
O relatório não trabalha com informações atualizadas do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), uma medição prévia da inflação, que será divulgado nesta terça-feira (27/9).

Inflação é o termo da economia utilizado para indicar o aumento generalizado ou contínuo dos preços de produtos ou serviços. Com isso, a inflação representa o aumento do custo de vida e a consequente redução no poder de compra da moeda de um país KTSDESIGN/SCIENCE PHOTO LIBRARY / Getty Images

Em outras palavras, se há aumento da inflação, o dinheiro passa a valer menos. A principal consequência é a perda do poder de compra ao longo do tempo, com o aumento dos preços das mercadorias e a desvalorização da moeda Olga Shumytskaya/ Getty Images

Existem várias formas de medir a inflação, contudo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o mais comum deles Javier Ghersi/ Getty Images

No Brasil, quem realiza a previsão da inflação e comunica a situação dela é o Banco Central. No entanto, para garantir a idoneidade das informações, a pesquisa dos preços de produtos, serviços e o cálculo é realizado pelo IBGE, que faz monitoramento nas principais regiões brasileiras boonchai wedmakawand/ Getty Images

De uma forma geral, a inflação pode apresentar causas de curto a longo prazo, uma vez que tem variações cíclicas e que também pode ser determinada por consequências externas Eoneren/ Getty Images

No entanto, o que influencia diretamente a inflação é: o aumento da demanda; aumento ou pressão nos custos de produção (oferta e demanda); inércia inflacionária e expectativas de inflação; e aumento de emissão de moeda selimaksan/ Getty Images

No bolso do consumidor, a inflação é sentida de formas diferentes, já que ela não costuma agir de maneira uniforme e alguns serviços aumentam bem mais do que outros Adam Gault/ Getty Images

Isso pode ser explicado pela forma de consumo dos brasileiros. Famílias que possuem uma renda menor são afetadas, principalmente, por aumento no preço de transporte e alimento. Por outro lado, alterações nas áreas de educação e vestuário são mais sentidas por famílias mais ricas Javier Zayas Photography/ Getty Images

Ao contrário do que parece, a inflação não é de todo mal. Quando controlada, é sinal de que a economia está bem e crescendo da forma esperada. No Brasil, por exemplo, temos uma meta anual de inflação para garantir que os preços fiquem controlados. O que não pode deixar, na verdade, é chegar na hiperinflação - quando o controle de todos os preços é perdido coldsnowstormv/ Getty Images
As informações mais recentes são do último IPCA, que apresentou desaceleração desacelerou e ficou em 0,13% em julho, abaixo da taxa de 0,69% registrada em junho.
Para este ano, a meta para a inflação estabelecida pelo governo está em 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. Ou seja, para cumprir a meta deste ano, a inflação deveria ficar entre 2% e 5%. O próprio BC admitiu, no entanto, que este deve ser o segundo ano seguido em que a inflação vai estourar o teto da meta.
A previsão da inflação oficial do país em 2023 também caiu: foi de 5,17% para 5,01%. A meta para o próximo ano é de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
A inflação gera impacto no poder de compra da população, em especial das que recebem salários mais baixos. Quanto maior a inflação, menor o poder de compra.
PIB, dólar e Selic
A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas pelo país, de 2022 aumentou de 2,65%, na semana passada, para 2,67%, nesta semana. Para 2023, a previsão de crescimento permanece em 0,50%.
O mercado espera que a moeda norte-americana fique cotada a R$ 5,20 tanto neste ano quanto no próximo, as mesmas projeções há semanas.
Sobre a taxa básica de juros, a previsão é que a Selic se mantenha em 13,75%, atual taxa estipulada pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A Selic alcançou o maior nível desde janeiro de 2017, quando estava em 13%. Para 2023, a expectativa é de 11,25%.