Crise sobre Auxílio Brasil faz dólar fechar a R$ 5,59, maior cotação desde abril

A moeda norte-americana teve alta de 1,33%. Com o resultado, dólar acumula crescimento de 2,73% no mês e de 7,85% no ano

atualizado 19/10/2021 17:48

Jorge Araújo/Fotos Publicas

O desentendimento entre a equipe econômica e o Palácio do Planalto sobre o pagamento do Auxílio Brasil fora do teto de gastos derrubou o mercado financeiro nesta terça-feira (19/10).

A moeda norte-americana terminou o dia com alta de 1,33%, a R$ 5,59. É o maior valor de fechamento desde 16 de abril, quando o dólar chegou a R$ 5,6241. Com o resultado, a moeda acumula alta de 2,73% no mês e de 7,85% no ano.

A B3 despencou nesta tarde. A bolsa brasileira registrou queda de 3,28%, encerrando o dia com 110.672 pontos.

O mercado foi impactado pela nova proposta de arranjo dos programas sociais que levaria os beneficiários a receber, em média, R$ 400 em 2022, mesmo ano em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deve tentar uma reeleição.

As negociações em torno do valor envolvem a possibilidade de criação de um orçamento que fique fora teto de gastos, o que desagradou o mercado. Atualmente, o ticket médio pago pelo Bolsa Família, que deve ser substituído pelo Auxílio Brasil, é de R$ 189.

A reação e a falta de acordo entre as alas política e econômica do governo provocaram o adiamento do anúncio oficial do programa, que seria realizado nesta tarde. O dólar tem se mantido acima de R$ 5,50 nas últimas sessões, em meio às incertezas fiscais e políticas domésticas.

O vice-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) comentou a situação do real e fez um alerta a outros governos.

“O limite de gastos do Brasil convida à ‘disciplina de mercado’. Os desvios da regra fiscal provavelmente não serão enormes, mas acabam sendo um grande sinal de mercado”, escreveu em sua conta no Twitter.

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