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Crise do teto de gastos faz dólar atingir R$ 5,75 e Bolsa cair 3,6%

Às 12h26, a moeda americana operava em disparada, chegando aos R$ 5,75, subindo a 1,46%. O Ibovespa caía 3,63%, aos 103.823 pontos

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Dólar fecha em R$ 4,84, menor valor desde março de 2020
1 de 1 Dólar fecha em R$ 4,84, menor valor desde março de 2020 - Foto: GettyImages

Nesta sexta-feira (22/10), o dólar segue em alta em meio a uma debandada de secretários do Ministério da Economia, causada por desentendimentos sobre a possibilidade de furar o teto de gastos para acomodar o valor de R$ 400 para os beneficiários do Auxílio Brasil, programa que substituirá o Bolsa Família.

Às 12h26, a moeda americana operava em disparada, chegando aos R$ 5,75, subindo a 1,46%. Perto do mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), caía 3,63%, aos 103.823 pontos.

As movimentações negativas são uma reação principalmente à demissão de quatro secretários da equipe econômica do governo federal. O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, se demitiram na tarde dessa quinta-feira (21/10).

Após Funchal e Bitterncourt, a secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e o secretário adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araújo, também pediram exoneração por razões pessoais.

Além do desfalque na equipe econômica, outra demissão surpreendeu o mercado, a saída do secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, José Mauro Coelho.

De acordo com economistas ouvidos pelo Metrópoles, a situação não deve se acalmar tão cedo. “Se tem uma coisa que o mercado não gosta é de governo que dá guinadas populistas e flerta com a irresponsabilidade fiscal, ainda mais tratando-se de um país emergente, como o Brasil”, afirmou o analista da Clear Investimento, Rafael Ribeiro.

Cenário

Nesta semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu uma “licença” para furar o teto de gastos e, assim, custear o Auxílio Brasil. Com isso, o governo articulou mudança na fórmula da regra, que hoje é corrigida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses até junho do ano anterior ao de sua vigência.

Agora, o cálculo do teto de gastos adotará a correção da inflação de janeiro a dezembro, retroativamente a 2016. Isso trará folga extra de R$ 40 bilhões aos cofres públicos.

Ao todo, o governo terá R$ 83,6 bilhões para pagar os R$ 51,1 bilhões de gastos adicionais com as mudanças no Auxílio Brasil (reajuste permanente de 20% mais a parcela temporária para chegar aos R$ 400), além de despesas com emendas parlamentares.

Essa incerteza fiscal fez com que, em três dias, as empresas brasileiras perdessem R$ 284 bilhões em valor de mercado na bolsa de valores, segundo levantamento realizado pela provedora de informações financeiras Economatica.

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