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Crise do diesel irrita caminhoneiros: “Não suportamos trabalhar assim”

Risco de desabastecimento e alto preço, segundo a categoria, dificultam funcionamento do setor. Categoria não descarta nova greve

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Arquivo pessoal / Whatsapp
Wallace Landim, conhecido como Chorão, líder dos caminhoneiros
1 de 1 Wallace Landim, conhecido como Chorão, líder dos caminhoneiros - Foto: Arquivo pessoal / Whatsapp

O diesel tem sido pivô de uma longa crise no setor de combustíveis que tem irritado motoristas autônomos. Além do alto preço, o risco de desabastecimento deixou a categoria em alerta. Os caminhoneiros dizem que as condições de trabalho estão cada vez piores e uma greve não está descartada.

Em entrevista ao Metrópoles, o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão, reclama do cenário atual e teme que haja uma piora.

“O preço atual é um desrespeito com todo povo brasileiro, a categoria não suporta mais trabalhar assim”, avisa.

A categoria discute nos bastidores uma forma de pressionar o governo para que haja uma redução nos preços, e calcula os efeitos de uma greve.

Eles consideram que a aprovação do projeto que limita a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) relacionada aos combustíveis é insuficiente para baixar os valores.

Sem diesel

Chorão é categórico ao afirmar que o setor está enfraquecido e que pode ficar sem diesel. “Existe risco de desabastecimento de diesel no mercado interno”, garante.

Na sexta-feira (27/5), a Petrobras confirmou o alerta, o que elevou a pressão. As principais entidades que representam o setor afirmam que pode faltar combustível a partir de junho.

A diminuição da compra no exterior devido ao crescimento da demanda internacional e à defasagem do preço do diesel vendido pela Petrobras tornou a venda do derivado pouco atrativa.

Preço

O preço é outro agravante. “O impacto é muito grande, pois afeta o planejamento de custo dos motoristas autônomos e também das transportadoras, consequentemente reduz o lucro, que já é pequeno”, reclama.

Segundo os dados mais recentes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a média nacional de preço do diesel foi de R$ 6,943 entre 15 e 21 de maio.

O valor médio do diesel ultrapassa R$ 7 por litro em 13 estados brasileiros. Em três deles, o preço máximo é superior a R$ 8.

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Chorão é categórico ao afirmar que a situação ficou insustentável. No último dia 10, o óleo diesel teve aumento de 8,87% e ainda há reajustes represados.

A ANP, em nota, afirma “monitora o abastecimento nacional de combustíveis de forma sistemática” e que “o abastecimento com diesel aos consumidores se mantém regular”.

Críticas a Bolsonaro

Na última semana, Chorão, em vídeo publicado em redes sociais, criticou publicamente o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o responsabilizou pela crise.

“Presidente, precisamos que o senhor chame a responsabilidade, chame o conselho da Petrobras e faça alguma coisa que realmente vá trazer benefício para categoria, o que vai automaticamente beneficiar a sociedade. Estou aqui em Brasília, estou de olho no senhor, e, se não vier a redução, você pode ter certeza de que esse país vai parar novamente”, disse na gravação.

Bolsonaro tem demonstrado preocupação com a crise e na forma em que ela pode interferir nas eleições.

Na tentativa de conter os problemas, ele exonerou, no último dia 11 de maio, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Para substituí-lo, assumiu o cargo o ex-chefe da assessoria especial de Assunto Estratégicos do Ministério da Economia e integrante da ala ideológica do governo, Adolfo Sachsida. Dias depois, trocou pela segunda vez em 38 dia o presidente da Petrobras.

Desde o início do mês de maio, o chefe do Executivo federal demonstra a sua insatisfação com a alta recorde dos preços dos combustíveis e critica o lucro de R$ 44,5 bilhões da Petrobras, registrado no primeiro trimestre deste ano.

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