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Após 4 meses negociando, bancos e Odebrecht fecham acordo de R$ 2,6 bi

Termos gerais foram definidos, mas contrato precisa ainda ser formalizado pelo comitê de crédito de algumas instituições financeiras

atualizado

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J.F.DIORIO/ESTADÃO CONTEÚDO
Fachada da Odebrecht em SP
1 de 1 Fachada da Odebrecht em SP - Foto: J.F.DIORIO/ESTADÃO CONTEÚDO

Depois de quatro meses de intensas negociações, bancos e Odebrecht acertaram os termos de um acordo para liberar R$ 2,6 bilhões ao grupo. O novo empréstimo será concedido por Bradesco e Itaú. Cada instituição vai conceder 50% do montante em duas parcelas: uma de R$ 1,7 bilhão e outra de R$ 900 milhões, com garantias de ações da Braskem.

Fechado na noite dessa segunda-feira (21/5), o acordo ainda tem pontos pendentes e precisa ser formalizado no comitê de crédito de algumas instituições. Além disso, o grupo negocia uma parcela adicional de R$ 500 milhões.

Quase metade dos R$ 2,6 bilhões – que serão liberados por meio de emissão de debêntures – ficará com a construtora do grupo para pagar uma dívida de R$ 500 milhões vencida em abril e para capital de giro da empreiteira.

Apesar de o novo empréstimo ser concedido pelo Bradesco e Itaú, o acerto todo envolveu o Banco do Brasil, Santander e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – credores da empresa.

Divergências
Durante as negociações, as cinco instituições divergiram sobre as condições do acordo. O principal entrave era a prioridade no recebimento das garantias (das ações da Braskem) no eventual caso de a empresa quebrar. Bradesco e Itaú queriam ter a preferência das garantias, já que iam liberar recursos novos para o grupo.

O Banco do Brasil, porém, não concordou em abrir mão da prioridade e acabou travando as negociações. O entrave foi superado pela divisão do empréstimo em duas parcelas. Dessa forma, o BB continuou com prioridade nas garantias na primeira tranche (divisão do contrato) do empréstimo.

O acordo, no entanto, vai além da concessão do crédito novo. Nas negociações, o grupo conseguiu alongar cerca de R$ 7 bilhões em dívidas com prazo de vencimento para os próximos meses. A medida dá fôlego à empresa, que vive uma grave crise financeira depois de ter virado o centro da Operação Lava Jato – o maior escândalo de corrupção do país.

Para conseguir acertar o negócio, a Odebrecht teve de comprometer uma parte expressiva da fatia que detém na Braskem. Hoje, sua participação na empresa – braço petroquímico da empreiteira – equivale a R$ 14,7 bilhões, sendo quase R$ 12 bilhões dados como garantia. Dos R$ 7 bilhões de dívidas, cujos prazos foram alongados pelo novo acerto, R$ 3 bilhões passaram a ter garantia dos papéis da Braskem.

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