Apesar da queda em julho, inflação acumula alta de 10% em 12 meses
O IPCA de julho teve queda de 0,68%, ante 0,67% em junho. Essa é a menor taxa registrada desde o início da série histórica
atualizado
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Apesar da queda em julho, a inflação, que é o aumento geral de preços, acumula alta de 10% em 12 meses.
Os dados foram divulgados na manhã desta terça-feira (9/8), dentro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Inflação é o termo da economia utilizado para indicar o aumento generalizado ou contínuo dos preços de produtos ou serviços. Com isso, a inflação representa o aumento do custo de vida e a consequente redução no poder de compra da moeda de um país KTSDESIGN/SCIENCE PHOTO LIBRARY / Getty Images

Em outras palavras, se há aumento da inflação, o dinheiro passa a valer menos. A principal consequência é a perda do poder de compra ao longo do tempo, com o aumento dos preços das mercadorias e a desvalorização da moeda Olga Shumytskaya/ Getty Images

Existem várias formas de medir a inflação, contudo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o mais comum deles Javier Ghersi/ Getty Images

No Brasil, quem realiza a previsão da inflação e comunica a situação dela é o Banco Central. No entanto, para garantir a idoneidade das informações, a pesquisa dos preços de produtos, serviços e o cálculo é realizado pelo IBGE, que faz monitoramento nas principais regiões brasileiras boonchai wedmakawand/ Getty Images

De uma forma geral, a inflação pode apresentar causas de curto a longo prazo, uma vez que tem variações cíclicas e que também pode ser determinada por consequências externas Eoneren/ Getty Images

No entanto, o que influencia diretamente a inflação é: o aumento da demanda; aumento ou pressão nos custos de produção (oferta e demanda); inércia inflacionária e expectativas de inflação; e aumento de emissão de moeda selimaksan/ Getty Images

No bolso do consumidor, a inflação é sentida de formas diferentes, já que ela não costuma agir de maneira uniforme e alguns serviços aumentam bem mais do que outros Adam Gault/ Getty Images

Isso pode ser explicado pela forma de consumo dos brasileiros. Famílias que possuem uma renda menor são afetadas, principalmente, por aumento no preço de transporte e alimento. Por outro lado, alterações nas áreas de educação e vestuário são mais sentidas por famílias mais ricas Javier Zayas Photography/ Getty Images

Ao contrário do que parece, a inflação não é de todo mal. Quando controlada, é sinal de que a economia está bem e crescendo da forma esperada. No Brasil, por exemplo, temos uma meta anual de inflação para garantir que os preços fiquem controlados. O que não pode deixar, na verdade, é chegar na hiperinflação - quando o controle de todos os preços é perdido coldsnowstormv/ Getty Images
Segundo os dados do IBGE, a variação em 2022 acumula alta de 4,77%. Em 12 meses, o índice subiu 10,07%.
O IPCA de julho teve queda de 0,68%, ante 0,67% em junho. Essa é a menor taxa registrada desde o início da série histórica, em janeiro de 1980. A última vez que houve deflação, ou seja, redução de preços, foi há dois anos.
A deflação em julho é explicada principalmente pelo recuo dos preços dos combustíveis e energia. A gasolina, por exemplo, chegou a cair 15%.
As variações negativas destes itens refletem a queda nos preços praticados nas refinarias da Petrobras e também a redução das alíquotas de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) aplicada a partir da Lei Complementar 194, de 2022, sancionada no final de junho.
Alimentação ainda pesa
Apesar da deflação em julho, ou seja, a queda geral de preços, a alimentação ainda continua pesando no bolso do brasileiro. Itens alimentícios primários da cesta básica encareceram até 25% em julho.
No grupo Alimentação e bebidas, que teve alta de 1,30%, o destaque ficou com o consumo em domicílio, que acelerou de 0,63% em junho para 1,47% em julho.
O maior impacto positivo no índice do mês (0,22 p.p.) veio do leite longa vida, que subiu 25,46%. O preço já tinha subido 10,72% no mês anterior.
Veja o que mais subiu no setor de alimentação:
- Leite longa vida: 25,46%
- Leite condensado: 6,66%
- Manteiga: 5,75%
- Queijo: 5,28%
- Frutas: 4,40%