metropoles.com

Delegado que investigou caso Marielle vira superintendente da PF no RJ

Delegado Leandro Almada foi designado, nesta quinta-feira (19/1), superintendente regional da PF no Rio de Janeiro

atualizado

Compartilhar notícia

Tânia Rêgo/Agência Brasil
Marielle
1 de 1 Marielle - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O delegado Leandro Almada, que investigou a atuação da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PC-RJ) no caso Marielle, foi designado superintendente regional de Polícia Federal (PF) no Rio. O nome de Almada havia circulado há alguns dias, mas a confirmação no Diário Oficial da União (DOU) ocorreu nesta quinta-feira (19/1). O ato é assinado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, que fez mudanças de comando na PF em 18 estados.

Delegado da PF desde 2008, Almada assume no lugar de Ivo Roberto Costa da Silva, que comandou a PF do Rio de Janeiro por menos de seis meses. No ano passado, Almada ocupou a superintendência regional da PF na Bahia.

A investigação conduzida por Leandro Almada, em 2019, concluiu que houve obstrução de Justiça na apuração do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

O inquérito aponta que policiais militares e advogados fluminenses atuaram em organização criminosa para tentar atrapalhar as investigações do homicídio.

O delegado, de 52 anos, se formou em direito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Almada foi militar do Exército por quatro anos antes de começar a carreira nas forças policiais.

Em 1997, entrou para a Polícia Civil de Minas Gerais (PC-MG) e ficou na corporação por 10 anos. Na PC-MG, chegou a comandar a 4ª Delegacia Especializada de Homicídios de Belo Horizonte por dois anos.

Nos 14 anos em que esteve na PF, Almada exerceu vários cargos, entre eles o de superintendente-geral da Polícia Federal no estado da Bahia e do Amazonas. No Amazonas, o delegado acumulou experiência, sendo chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes do estado, coordenador de ensino da Academia Nacional de Polícia, delegado regional de Combate ao Crime Organizado (AM) e delegado regional executivo (AM).

Além disso, atuou como corregedor-geral do Sistema de Segurança Pública do Estado do Amazonas (2015/2017) e como diretor de Operações da Secretaria de Operações Integradas, do Ministério da Justiça e Segurança Pública (2020).

Caso Marielle

Marielle Franco (PSol), então vereadora do Rio, e o motorista dela, Anderson Gomes, foram assassinados em 14 de março de 2018, e a investigação nunca foi concluída.

Só foram presos os supostos executores do crime, Ronnie Lessa e Élcio Queiroz. Eles jamais foram denunciados à Justiça.

Em setembro de 2022, a Justiça do Rio negou recurso e manteve as prisões dos dois. Na decisão, o juiz Gustavo Gomes Kalil, da 4ª Vara Criminal do Rio, ainda criticou os “sucessivos” apelos por liberdade.

“Mantenho, por ora, as prisões preventivas com base nos fundamentos já lançados na sentença de pronúncia (pasta 6167), destacando que a demora na prestação jurisdicional se dá por iniciativa da Defesa que interpôs sucessivos recursos em face da decisão de pronúncia, devendo arcar com o ônus da demora, não causada pela máquina judiciária”, diz um trecho da sentença.

Na cerimônia de posse, no início de janeiro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, defendeu a federalização da investigação, negada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 2020.

A irmã de Marielle, Anielle Franco, foi empossada ministra da Igualdade Racial do terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Compartilhar notícia