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Delegado-filósofo chefiará apuração para saber se Bolsonaro prevaricou

William Tito atuou na operação Carne Fraca, que identificou esquema de indicações políticas do Ministério da Agricultura no governo Temer

atualizado

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Reprodução/Redes Sociais
William Tito
1 de 1 William Tito - Foto: Reprodução/Redes Sociais

O responsável pelo inquérito na Polícia Federal sobre a suspeita de prevaricação por parte do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no caso da compra da vacina indiana Covaxin será o delegado William Tito Schuman Marinho.

Graduado em direito e em filosofia, William Tito é também mestre em filosofia pela Universidade Federal de São Paulo.

Ele é autor do livro A Justificação de Juízos Morais em uma Teoria da Justiça, de John Rawls, no qual analisa aspectos do pensamento do filósofo norte-americano, um dos principais pensadores políticos do Século 20. Rawls é conhecido por relacionar de forma indissociável os conceitos de justiça e equidade.

Investigações

Experiente em investigações e com um perfil considerado bastante discreto entre os colegas, William Tito foi um dos responsáveis pela operação Carne Fraca, que mirou um esquema criminoso de indicações políticas em cargos de destaque no Ministério da Agricultura.

O esquema tinha como contrapartida a obrigação de arrecadar propinas para partidos como o MDB, o PP e o PDT, com a participação de empresários do setor de carnes e embutidos.

Na época da deflagração da operação, o presidente da República era Michel Temer, principal nome do então PMDB, o que não intimidou os rumos da operação, que focou em combater a corrupção de agentes públicos federais e crimes contra a saúde pública. Executivos da JBS, um dos maiores doadores de campanha, acabaram presos.

William Tito também atuou nas área de investigação de crimes cibernéticos, de inteligência e repressão ao crime organizado.

Inquérito

Em decorrência da ordem para se investigar o presidente, dada pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), o inquérito foi aberto nesta segunda-feira (12/7). Bolsonaro teria sido foi informado, em março, pelo deputado Luiz Miranda (DEM-DF) e por seu irmão, Luis Ricardo,  funcionário do Ministério da Saúde, de que teria ocorrido corrupção na compra do imunizante por parte de agentes públicos – e não teria tomado providências para apurar as denúncias.

Na petição enviada ao STF, o vice-procurador-geral Humberto Jacques de Medeiros narra que o deputado Miranda disse ter advertido Bolsonaro que seu irmão, Luiz Ricardo Miranda, sofrera “pressão atípica” para autorizar o pagamento por parte do ministério para a empresa que intermediara a aquisição de 20 milhões de doses da vacina Covaxin, produzida pela indiana Barath Biotech.

Primeiras diligências

Em sua petição, Humberto Jacques de Medeiros já indicou as diligências iniciais a serem cumpridas pela PF. Entre elas, está a solicitação de informações à Controladoria-Geral da União (CGU), ao Tribunal de Contas da União (TCU), à Procuradoria da República no Distrito Federal, e à Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19, que funciona no Senado, e que ouviu os depoimentos dos irmãos Miranda.

Na ocasião, o deputado Luis Miranda chegou a detalhar a reunião que teve com Bolsonaro no Palácio da Alvorada, para alertá-lo das suspeitas de corrupção, e disse que Bolsonaro citou o nome de seu líder na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), como o “dono” do esquema que perdurava no Ministério da Saúde. sobre a pendência de procedimentos relativos aos mesmos fatos, e, em caso positivo, o compartilhamento de provas.

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