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Delegado do Rio de Janeiro é condenado por obstrução de Justiça

O delegado Maurício Demétrio está preso desde 2021 e teria utilizado o aparato da Polícia Civil em atividades ilegais

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Delegado Maurício Demétrio Marielle
1 de 1 Delegado Maurício Demétrio Marielle - Foto: Reprodução

O delegado do Rio de Janeiro Maurício Demétrio Afonso Alves foi condenado a 9 anos e 7 meses de prisão pelo crime de obstrução de Justiça. A decisão, da última quarta-feira (4/1), também determinou a perda da função pública do investigador.

Maurício Demétrio está preso desde 2021, após ser alvo da operação “Carta de Corso”, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Ele poderá recorrer da decisão, mas continuará preso.

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Segundo a denúncia do Gaeco, desde 2018, o delegado Maurício Demétrio e outros policiais integravam uma organização criminosa que tinha como objetivo obter ilegalmente vantagens econômicas. O grupo utilizava a estrutura e recursos da própria Polícia Civil, como armas de fogo e viaturas.

Ainda de acordo com o Gaeco, o grupo comandado pelo delegado exigia propina de comerciantes da Rua Teresa, em Petrópolis, para permitir a venda de roupas falsificadas na região.

“O réu é um delegado de polícia, situação que, por si só, demonstra culpabilidade mais elevada. Cuida-se justamente de profissional incumbido de promover as investigações de crimes, sendo um paradoxo atuar no sentido de embaraçá-las”, destacou o juiz Bruno Monteiro Rulière, da 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa do Rio.

O delegado também responde por abuso de autoridade, denunciação caluniosa e fraude processual.

Investigação

Maurício Demétrio era responsável pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM). Também são apontados como membros da organização criminosa os policiais civis Celso de Freitas Guimarães Junior, Vinicius Cabral de Oliveira, Luiz Augusto Nascimento Aloise e Jose Alexandre Duarte; o comerciante Alex Sandro Gonçalves Simonete, Ana Cristine de Amaral Fonseca e Rodrigo Ramalho Diniz

Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), para tentar impedir as investigações da Corregedoria da Polícia Civil contra o esquema criminoso, Maurício Demétrio e aliados teriam armado um inquérito contra a delegada Juliana Ziehe.

Conforme as investigações, a investigação teria se baseado em uma falsa narrativa e tinha como principal objetivo tirar o foco dos crimes cometidos na delegacia comandada por Demétrio.

O esquema também resultou no desdobramento da “Operação Raposa no Galinheiro”, que terminou com a prisão do delegado Marcelo Machado, suspeito de fabricar roupas falsificadas.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou, por meio de nota, que irá aguardar o trânsito em julgado do decreto condenatório, quando não há mais a possibilidade de recorrer.

“A Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) esclarece que será aguardado o trânsito em julgado do decreto condenatório. A instituição reforça que há Processos Administrativos Disciplinares (PADs) em andamento na Corregedoria-Geral de Polícia Civil (CGPOL) e que todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas”, destacou.

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