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Crimes no AM: Univaja contesta versão da PF de que não houve mandante

Investigações da corporação apontam que não há mandante para os assassinatos de Dom e Bruno, o que é rechaçado pela entidade indigenista

atualizado

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Material cedido ao Metrópoles
Região do Vale do Javari, onde o indigenista e o jornalista desapareceram
1 de 1 Região do Vale do Javari, onde o indigenista e o jornalista desapareceram - Foto: Material cedido ao Metrópoles

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) rebateu a Polícia Federal e diz acreditar que há mandante para o crime que vitimou o jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira.

De acordo com as investigações da corporação, não haveria mandante no caso dos assassinatos. Para os investigadores do caso, os suspeitos agiram sozinhos, sem “mandante ou organização criminosa”. A conclusão é rechaçada pela entidade indigenista.

“O requinte de crueldade utilizado na prática do crime evidenciam que Pereira e Phillips estavam no caminho de uma poderosa organização criminosa que tentou à todo custo ocultar seus rastros durante a investigação”, frisou nesta sexta-feira (17/6), em nota, a Univaja.

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Para a entidade, o posicionamento da Polícia Federal “desconsidera as informações qualificadas” oferecidas pela associação.

Desde o segundo semestre de 2021, de acordo com a Univaja, ofícios apontam a existência de um grupo criminoso organizado atuando nas invasões constantes na reserva do Vale do Javari.

A Univaja afirma que os dois principais suspeitos de envolvimento no assassinato, os irmãos Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como “Pelado”, e Oseney da Costa de Oliveira, ou Dos Santos, fazem parte desse grupo criminoso.

Análise do sangue

A Polícia Federal concluiu parte da análise do sangue encontrado no barco de “Pelado”. Ele confessou envolvimento em parte do crime que causou as mortes no Vale do Javari.

O Instituto Nacional de Criminalística excluiu a possibilidade do vestígio de sangue ser proveniente de Dom. Os peritos continuam a análise para confirmar se o material é de Bruno, já que os primeiros exames foram inconclusivos.

As buscas continuam pelo barco em que estavam o jornalista e o indigenista. Mergulhadores da corporação e indígenas continuam a procura nesta sexta-feira (17/6), no local apontado por Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado. Ele confessou parte do crime.

O barco de Dom e Bruno, segundo o suspeito, foi afundado em uma área de mata. Na quinta-feira (17/6), os policiais percorreram cerca de 12 km pelo Rio Itaquaí, nas proximidades da comunidade ribeirinha Cachoeira, mas não localizaram a embarcação.

Investigadores apuram o que aconteceu com Dom e Bruno. De acordo com informações da Polícia Federal, cinco pessoas estão sendo investigadas. Duas delas foram presas: os irmãos Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como “Pelado”, e Oseney da Costa de Oliveira, ou Dos Santos.

Um terceiro suspeito teria auxiliado na execução, outro na ocultação dos corpos e o quinto seria o mandante. Os nomes dos três, entretanto, não foram revelados. Nessa quinta, a polícia fez buscas na casa de um deles.

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