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Coronavírus: hospitais particulares pedem R$ 10 bi ao governo

A CNSaúde enviou estudo ao Ministério da Economia mostrando prejuízos no setor, e pediu medidas para barrar a crise da categoria

atualizado

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A Confederação Nacional da Saúde (CNSaúde) enviou um estudo ao Ministério da Economia, nesta sexta-feira (27/03), que mostra os impactos do coronavírus no setor hospitalar privado. Segundo os dados, a categoria prevê uma perda de pelo menos R$ 10 bilhões devido à queda de receitas e aumento de custo relacionados à pandemia.

Por conta desse prejuízo, o setor solicita ao governo federal uma linha específica do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para os prestadores de serviços de saúde, para financiar capital de giro e novos investimentos direcionados ao atendimento dos casos da epidemia.

Além disso, a CNSaúde pede a postergação do pagamento de impostos sobre a renda dos prestadores de serviços de saúde com vencimentos em abril de 2020, podendo parcelá-los em 12 vezes, com carência até outubro de 2020.

Por último, a confederação solicita a desoneração, por seis meses, de tributos federais e da folha de pagamento dos prestadores de serviços de saúde.

Perdas
De acordo com a CNSaúde, nos últimos 10 anos, o setor hospitalar privado perdeu 34 mil leitos e 560 hospitais, em sua maioria pequenos (69,9%) e médios (24,8%), dos quais 49,2% atendiam ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Além disso, ao longo do tempo, tornou-se um setor com alto grau de endividamento, uma vez que exige pesados e constantes investimentos em tecnologia e recursos humanos.

O estudo identificou que, com a pandemia, os hospitais privados vêm enfrentando problemas de abastecimento de materiais, equipamentos e insumos, que tiveram seus preços aumentados, causando um impacto global nos custos dos insumos estimado em, pelo menos, 15%.

A confederação ainda explica que, com o grande fluxo de pacientes em função da Covid-19, houve necessidade de repor com horas extras funcionários que foram contaminados e adoeceram, gerando uma redução estimada da força de trabalho em 10%.

Nas estimativas da CNSaúde, esse aumento nos valores pagos à folha será de 14,4% fazendo com que as despesas de pessoal passem de R$ 25,3 bilhões para R$ 28,9 bilhões.

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