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Com esvaziamento do Meio Ambiente, comissão aprova mudanças nos ministérios

Relatório de reestruturação da Esplanada dos Ministérios foi aprovado em comissão mista no Congresso. Texto vai ao plenário da Câmara

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Foto colorida de visão geral da Esplanada dos Ministérios, em Brasília
1 de 1 Foto colorida de visão geral da Esplanada dos Ministérios, em Brasília - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A comissão do Congresso Nacional responsável por avaliar a medida provisória (MP) de reorganização da Esplanada dos Ministérios aprovou, nesta quarta-feira (24/5), o relatório do deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL) sobre o tema.

Apesar da aprovação, o parecer do relator altera atribuições de pastas criadas pela gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) logo nos primeiros dias de mandato. O texto foi aprovado por 15 votos a três, e agora segue para análise do plenário da Câmara. Depois, o texto vai ao Senado.

Entre outros pontos, Bulhões decidiu devolver ao Ministério da Justiça a atribuição pela demarcação de terras indígenas e quilombolas. Na MP editada por Lula, a tarefa era responsabilidade do recém criado Ministérios dos Povos Indígenas.

A mudança causou revolta entre representantes do movimento indígena, como a ministra Sonia Guajajara. Outro ponto que causou insatisfação entre membros do governo foi a retirada do controle do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e da Política Nacional dos Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente.

O texto de Bulhões prevê que o CAR seja parte do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, e que a política de recursos hídricos fique com o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

Após a reunião, o relator Isnaldo Bulhões afirmou que não houve “esvaziamento” dos ministérios dos Povos Indígenas e do Meio Ambiente. “Não houve esvaziamento. O texto é de estado, e não de pessoas. Os parlamentares que compunham a comissão definiram que as políticas que tem as competências definidas nos ministérios que estão na MP estarão mais eficientes neste modelo”, defendeu.

Isnaldo também avaliou que o texto dará “mais eficiência” ao governo na condução das políticas públicas sob responsabilidade de cada pata.

“Acima de tudo, garante a entrega das políticas públicas que o atual governo precisa entregar diante da expectativa. Ouvi todas as lideranças do governo e da oposição, mas não tenho nenhuma dúvida que o governo terá muito mais eficiência”, concluiu.

“Vítória”

Apesar das alterações realizadas pelo relator, o líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (sem partido -AP), considerou a aprovação como uma vitória para o governo, já que a MP de Lula perde a validade no próximo 1º de junho.

“A maior vitória nossa foi tirar essa MP da comissão mista e encaminhar para a Câmara dos Deputados para, o quanto antes, ser apreciado pela Câmara. Nós trabalharemos no curso do dia de hoje, dialogando com o presidente [da Câmara] Arthur Lira, eu e o líder [do governo na Câmara, Joé] Guimarães, para que até amanhã essa MP seja votada e semana que vem possa ser votada no plenário do Senado”, afirmou.

Randolfe disse que o governo gostaria de ter 100% do texto original, mas considera que “conseguiu 95%” de respeito à matéria inicial. O líder também ressaltou que, apesar das queixas de ministras como Marina Silva e Sonia Guajajara, “não há divisão no governo”.

“Eventuais termos da MP que estiverem em desacordo com o que foi encaminhado pelo presidente da República será objeto do crivo do presidente e de eventual veto”, pontuou.

Veja as principais alterações feitas pelo relator:

  • Demarcação de terras indígenas e quilombolas sai do Ministério dos Povos Indígena e vai para Ministério da Justiça;
  • Cadastro Ambiental Rural (CAR) sai do Ministério do Meio Ambiente e vai para Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos;
  • Política Nacional de Recursos Hídricos sai do Ministério do Meio Ambiente e vai para Ministério do Desenvolvimento Regional;
  • Parte das atribuições da Companhaia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, passará para o Ministério da Agricultura e Pecuária;
  • Atendendo a medidas do governo, Fundação Nacional de Saúde (Funasa) será instinta, e atribuições irão para ministérios das Cidades, Saúde e Gestão.

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