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Cinco fatos sobre o delegado que pagou detetive para vigiar a amante

Demétrio tentou armar operação contra Eduardo Paes, apreendeu materiais de Legião Urbana e se passou por mulher para forjar prisão

atualizado

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1 de 1 delegado marielle - Foto: Divulgação

Em junho, o delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro Maurício Demétrio Afonso Alves foi preso no âmbito da Operação Carta de Corso por cobrar propina a comerciantes de Petrópolis, região serrana do estado. Mas investigações do Ministério Público que vieram à tona agora mostram que ele fez operações falsas contra o prefeito Eduardo Paes (PSD) e tinha gastos incompatíveis com sua renda.

De acordo com apurações do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), reveladas pelo Fantástico na noite do último domingo (26/12), o delegado chegou a pagar um detetive para vigiar a amante.

Demétrio responde pelos crimes de organização criminosa, obstrução de Justiça, concussão (cobrança de propina), lavagem de dinheiro e violação de sigilo funcional.

Veja abaixo cinco fatos sobre o delegado:

1. Apreendeu materiais da Legião Urbana

Em outubro e dezembro de 2020, foram deflagradas as operações Será e Tempo Perdido, que culminaram na apreensão de materiais do cantor Renato Russo, da banda Legião Urbana, de um depósito. A operação foi ordenada pelo delegado Maurício Demétrio após denúncia de Giuliano Manfredini, filho de Renato Russo.

Foram removidas 91 fitas, um relatório com informações sobre as músicas, CDs e cartuchos de gravação que estavam guardados em um local utilizado pela gravadora da banda. O material foi entregue a Manfredini.

Na época, Demétrio era o titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra Propriedade Imaterial (DRCPIM).

2. Fingiu ser mulher

Segundo as investigações do MPRJ, o delegado fingiu ser uma mulher durante ocasião para tramar a prisão em flagrante de outro delegado, que o investigava. Ele se passou por uma funcionária da ONG chamada Ana, e fez uma encomenda de camisas com estampa de Minions na confecção que era do delegado Marcelo Machado Portugal.

O objetivo era apreender as roupas e incriminar o dono da loja por falsificação – e funcionou: em março deste ano, Demétrio apreendeu mil camisas que ele mesmo havia encomendado e Portugal foi preso.

3. Fez operação falsa contra o então candidato Eduardo Paes

O delegado ainda tentou armar uma operação falsa contra o então candidato a prefeito do Rio Eduardo Paes, às vésperas do segundo turno das eleições municipais de 2020.

Por intermédio do advogado Thalles Wildhagen Camargo, Demétrio denunciou à Polícia Federal um suposto encontro entre um portador e Paes, a quem o homem entregaria um pacote com dinheiro de origem desconhecida. O delegado federal Victor Cesar Carvalho dos Santos recebeu a notícia, mas desistiu da operação ao saber quem era a fonte.

O próprio Demétrio mandou uma foto do tal envelope, com notas de R$ 50 e R$ 100, feita por ele mesmo, de um dos seus 12 celulares.

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Delegado Maurício Demétrio: PAD pode culminar com demissão dos quadros da Polícia Civil

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4. Ostentava em viagens

O MPRJ ainda descobriu que o delegado preso levava uma vida de luxo, incompatível com sua renda. As descobertas foram feitas após análise de três dos 12 celulares apreendidos. Ele contratava seguranças particulares para protegê-lo durante viagens, os voos eram na classe executiva e pagos em espécie.

Em uma das viagens a São Paulo, de apenas quatro dias em dezembro de 2020, Demétrio gastou R$ 35 mil com seguranças e carro blindado. Era comum quem, em suas viagens, também se hospedasse em hotéis de luxo, e alugasse mansões e carros de luxo no Brasil e no exterior.

Em uma das viagens ao exterior, segundo as investigações, Demétrio contratou três detetives para que vigiassem e investigassem, durante oito dias, uma amante na Flórida, nos Estados Unidos, pelo valor de US$ 9.900 (o equivalente a R$ 56 mil na cotação atual).

5. Chegou a lucrar R$ 1 milhão com propinas de lojistas

Demétrio e um grupo de policiais que cobravam propina de comerciantes na Rua Teresa, importante via de comércio de roupas de Petrópolis, chegaram a lucrar R$ 1 milhão entre março de 2018 e março de 2021. De acordo com as investigações, ao menos 40 lojistas foram vítimas do grupo de extorsão liderado pelo delegado.

Quando Demétrio foi preso, em sua casa havia R$ 240 mil em espécie, além de armas, joias e notas de dinheiro em moedas estrangeiras.

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