metropoles.com

Casamentos homoafetivos crescem 35,8% em 1 ano no Brasil

Dados da Arpen mostram que 8.780 casamentos foram formalizados em cartórios de janeiro a setembro deste ano

atualizado

Compartilhar notícia

Denny Müller/Unsplash
aliancas
1 de 1 aliancas - Foto: Denny Müller/Unsplash

Quando Lucyanna Melo, 32 anos, e Nathalia Leite, 30 anos, resolveram ir ao cartório localizado na Asa Sul, em Brasília, formalizar a união, o pensamento de que algo podia impedir o sonho não passou pela cabeça do casal. “Sabíamos dos nossos direitos e fomos com o pensamento de que ninguém iria atrapalhar nosso momento”, relembra Lucyanna.

Ela e a companheira fazem parte dos 8.780 casais homoafetivos que formalizaram seus casamentos em cartórios de todo o país de janeiro a setembro deste ano, um crescimento de 35,8% na comparação com o mesmo período de 2020. No ano passado, foram oficializadas 6.461 uniões estáveis do tipo.

Os dados são da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen). O casamento entre pessoas do mesmo sexo foi reconhecido pelo STF há 10 anos, em maio de 2011.

Veja os números mensais de casamentos homoafetivos realizados no país:

Lucyanna e Nathalia, moradoras do Jardim Botânico no Distrito Federal, se conheceram antes da pandemia, e foi justamente por causa da crise sanitária que acabaram ficando mais unidas. “Estávamos praticamente pagando dois aluguéis, enquanto uma morava na casa da outra, então decidimos entregar um apartamento e morar juntas”, contam. Após conviverem sob o mesmo teto, decidiriam dar outro passo, e oficializaram a união.

“Pensamos: a gente está feliz, então, por que não [se casar]? Acordamos num dia ensolarado de junho, e fomos”, conta Lucyanna entre risos.

0

Questionada se foi alvo de preconceito, ela afirma que teve o apoio da família: “Ainda com todos os problemas que vivemos, eu vejo que as pessoas estão naturalizando mais [a união entre casais homoafetivos]. A gente ainda fica alerta, toma precauções quando andamos na rua, mas ao menos estamos tendo nossos direitos garantidos”, diz.

Situação parecida foi vivida por Marina Moreira, 24 anos. A jovem também se junta ao time das pessoas que formalizaram no cartório a união estável. A brasiliense casou com sua companheira, Ana Garrido, 27 anos, em janeiro deste ano. Morando na mesma casa em razão da pandemia, resolveram adiantar o matrimônio para viverem o sonho de fazer um intercâmbio fora do país após a vida voltar ao normal.

Ela conta que, no entanto, passou por uma situação desagradável durante a cerimônia. “A juíza de paz pediu desculpa desde o início da cerimônia porque teria que dizer que estaria unindo um homem e uma mulher para cumprir com o protocolo”, relata Mariana. “Nós não ligamos muito, mas reparamos que isso ainda está errado no processo.”

Gustavo Fiscarelli, presidente da Arpen, avalia que a diminuição de casos na pandemia possibilitou aos casais procurarem os cartórios para formalizar a união. “A procura por esses atos acontece no mesmo período em que o combate à Covid-19 começa a apresentar resultados em razão do aumento da vacinação”, diz.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?