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Brumadinho: número de mortos sobe para 142. São 194 desaparecidos

Tempo bom possibilitou que buscas começassem cedo nesta terça-feira (5/2). STJ determinou liberação de engenheiros e funcionários da Vale

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
bombeiros fazem busca em área de pousada Brumadinho
1 de 1 bombeiros fazem busca em área de pousada Brumadinho - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Enviados especiais a Brumadinho (MG) Chegou a 142 o número de mortos com o rompimento da barragem da mineradora Vale, na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). As buscas pelas vítimas da tragédia começaram cedo na manhã desta terça-feira (5/2), devido ao bom tempo na região. Até o momento, 194 pessoas seguem desaparecidas. As informações foram divulgadas no fim da tarde desta terça pela Defesa Civil do estado.

De acordo com o órgão, dos 142 mortos, 122 foram identificados e 20 estão em reconhecimento. A Defesa Civil revelou que ainda há 194 desaparecidos, sendo 61 da listagem da Vale e 133 de trabalhadores terceirizados ou pessoas da comunidade.

Já os localizados totalizam 392, sendo 223 da lista da mineradora e 169 terceirizados ou da comunidade. Ainda há três pessoas hospitalizadas e o total de desabrigados é de 103.

Veja os números mais atuais: 

Reprodução

 

Os trabalhos hoje foram praticamente os primeiros realizados nesta semana. Na segunda-feira (4), as buscas foram suspensas pela manhã devido à forte chuva daquele dia. As equipes seguiram com os trabalhos nesta terça a pé, de barco e de helicóptero. Elas também contam com cães farejadores.

As buscas agora se concentraram nas áreas da Pousada Nova Estância, do refeitório da Vale e do pontilhão do trilho do trem – estruturas que foram soterradas pela avalanche de lama –, bem como pelo curso do Rio Paraopebas, onde foi localizado um carro.

Problemas na estrutura e equipe da Vale em liberdade
Nesta terça (5/2), houve a divulgação de relatório da consultoria alemã Tüv Süd, que atestou a estabilidade da barragem. O documento mostra que a base da estrutura estava no limite de segurança previsto pelas normas do país: havia problemas de drenagem e erosão na barragem.

Em visita a campo, a equipe encontrou 15 pontos que exigiriam atenção, como necessidade de um novo radar e medidores de pressão na estrutura. O documento foi concluído em agosto de 2018. A Vale disse que fazia inspeções constantes – a última em 22 de janeiro, três dias antes do colapso.

Além disso, por decisão unânime do Superior Tribunal de Justiça (STJ), engenheiros e funcionários da Vale presos semana passada foram postos em liberdade. Apesar da gravidade da tragédia, a Corte entendeu que a equipe da Vale prestou as declarações necessárias e não oferece riscos à sociedade, portanto não há fundamentos suficientes para manter as detenções. Buscas e apreensões foram feitas na empresa.

A Articulação Internacional dos Atingidos e Atingidas pela Vale formalizará um pedido aos conselhos de Administração e Fiscal da Vale para que os executivos da mineradora sejam destituídos de seus cargos. A direção da empresa divulgou que 107 parentes de vítimas ou funcionários atingidos já receberam o auxílio de custo liberado pela Vale, no valor de R$ 100 mil – a medida é um auxílio imediato aos atingidos, não se tratando de indenização ainda.

Terror em onda
Oito dias após o rompimento da barragem, foram divulgados vídeos do momento do colapso das estruturas, registrados por câmeras de segurança instaladas na mina. É possível ver pessoas e carros que transitavam pela unidade da mineradora Vale serem atingidos pela lama, que chegou a uma velocidade máxima de 80 km/h, segundo estimativa dos bombeiros.

Assista:

Tragédia
A barragem mantida pela Vale no Córrego do Feijão rompeu-se no início da tarde de 25 de janeiro. Desde então, equipes trabalham para encontrar as vítimas da tragédia. O vazamento de lama fez com que uma outra barragem da empresa transbordasse. O restaurante da companhia foi soterrado, assim como o prédio administrativo da mineradora, e as buscas têm se concentrado nas áreas onde funcionavam essas estruturas.

A lama se espalhou pela cidade, e moradores precisaram deixar suas casas. Equipes de bombeiros e da Defesa Civil foram mobilizadas para a área e estão em busca de vítimas, sobreviventes e corpos dos mortos. Tanto o governo federal quanto o local (do município e do estado) montaram gabinetes de crise e deslocaram autoridades para a região.

Segundo o porta-voz do Corpo de Bombeiros, tenente Pedro Aihara, com o passar do tempo, há menos possibilidade de as equipes encontrarem pessoas com vida. Além disso, conforme informou, os corpos que estavam superficialmente encobertos pela lama já foram resgatados: ou seja, o trabalho agora se torna mais difícil e demanda escavações.

Os socorristas têm usado cajados e se arrastado pela lama em busca de sobreviventes e corpos. A estimativa é que os trabalhos durem, ao menos, até julho. Os bombeiros explicam que o serviço está sendo feito em etapas.

Veja imagens da tragédia:

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Gui Prímola/Metrópoles

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