Brasil está entre os piores países para jornalistas, mostra relatório
Somente entre os anos de 2017 e 2018, houve um aumento de 200% no volume de mortes dos profissionais da área
atualizado
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O relatório “Violações à Liberdade de Expressão”, divulgado nesta quinta-feira (22/2) pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), constata uma triste realidade para o jornalismo brasileiro: o Brasil é um dos países mais perigosos do mundo para o exercício do Jornalismo.
Somente entre os anos de 2017 e 2018, houve um aumento de 200% no volume de mortes dos profissionais da área no país, que passaram de 1 para 3. Dessa forma, segundo dados da organização internacional Repórteres sem Fronteiras (RSF), o Brasil ocupa a 102ª posição de países de maior risco, entre os 180 avaliados.
O documento da Abert mostra que o Brasil está entre os países com maior impunidade aos assassinatos, ocupando a 10ª posição no ranking mundial. Depois do Brasil, o 11º lugar é ocupado pela Rússia. A lista é liderada pela Somália.
Segundo dados do Comitê de Proteção dos Jornalistas (CPJ), desde 1992, 66% das mortes dos profissionais brasileiros ainda não foram julgadas. A maior parte dos assassinatos ocorreu em cidades pequenas e os alvos são repórteres locais.
Sobre a violência contra os profissionais, pelo menos 54 jornalistas foram atacados por militantes políticos, um aumento de 11,42% em relação a 2017. Entre estes, 36 eram homens e 15 mulheres.
Confira a íntegra do relatório:
Relatório Anual 2018 – Viol… by on Scribd
Situações de intimidação e constrangimento público durante o exercício da profissão aumentaram 275% em 2018. Os casos de ofensas escutadas em coberturas jornalísticas cresceram 300% em relação a 2017.
No campo jurídico, 26 decisões judiciárias envolvendo conteúdo jornalístico foram proferidas, número 30% maior que no ano anterior. Destas, 13 foram julgadas como contrárias aos veículos de comunicação ou aos jornalistas.
O relatório conta com uma categoria reservada a casos de agressões que acontecem na internet. De acordo com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI), apenas durante o período eleitoral, foram 85 ataques pelas redes sociais aos jornalistas.
Houve registro de 165 casos de violência não letal a jornalistas, um aumento de 50% em relação ao ano anterior. Já os casos de abuso sexual dobraram em relação a 2017.